São Luís-Alcântara

Ministro mobiliza bancada do Maranhão para a construção de um porto

Marcos Pontes, ministro de Ciência, busca apoio de parlamentares e de outros ministros dentro do Governo Federal para viabilizar novo terminal portuário

Ronaldo Rocha/Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Deputados do Maranhão se reuniram ontem com o ministro de Ciências e Tecnologia, Marcos Pontes (Bancada Maranhense)

São Luís - A construção de um novo terminal portuário no estado deve facilitar a conexão São Luís-Alcântara no processo de expansão do Centro Espacial de Alcântara (CEA).

Marcos Pontes afirmou que pretende, a partir de agora, levar ministros de outras pastas para conhecerem a cidade. Ele citou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para discutir a viabilidade do terminal portuário.

Ele também citou o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para discutir investimentos junto ao Sesi, Senac, Senai e Sebrae para a qualificação de mão de obra da população e, consequentemente, aproveitamento no processo de expansão do CEA.

“Desde sempre fui favorável ao Centro de Lançamento de Alcântara. Vi de perto a transformação que houve na Guiana Francesa, na cidade de Kourou onde está instalado o centro de lançamento e onde tem a maior renda per capita da América Latina e não tenho dúvida que Alcântara tem atrativos muito melhores para que em médio prazo consigamos ter uma transformação gigantesca em Alcântara e no Maranhão. A construção de um porto também é importante e estratégico para o crescimento da economia local e do estado”, disse o deputado federal Edilázio Júnior (PSD).

“É de grande valia também a preocupação do ministro Marcos Pontes em relação a qualificação de mão de obra local para que pessoas de outros estados não tomem o mercado de trabalho dos maranhenses. Ele pensa na geração de emprego, renda e na transformação de Alcântara como uma cidade modelo para o país”, completou.

O senador Weverton Rocha (PDT) destacou a reunião em seu perfil em rede social. “Reunião da bancada federal com o ministro Marcos Pontes, por meio de videoconferência, para tratar de investimentos na área do Centro Espacial de Alcântara, como a construção de um porto que vai dinamizar a travessia entre São Luís e Alcântara. O trabalho pelo Maranhão não para”, enfatizou.

Sem resposta

O Estado entrou em contato com o coordenador da bancada maranhense, deputado Marreca Filho (Patriota), que participou da reunião com o ministro, para obter informações sobre a discussão do projeto de expansão do CEA em Alcântara. O parlamentar, contudo, não respondeu.

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Em 2019 o jornal Valor Econômico divulgou reportagem especial que abordava um projeto de construção de um terminal portuário e de uma ferrovia na cidade de Alcântara, com investimento global de R$ 12,87 bilhões.

O projeto era totalmente privado e havia sido concebido pela Grão Pará Multimodal (GPM), uma empresa formada por sócios portugueses, que vieram ao Brasil há mais de 10 anos para oferecer serviços em obras de infraestrutura.

Naquela ocasião a previsão era de que a construção do empreendimento se estendesse até 2024. A empresa já havia conseguido a liberação federal e aguardava ainda o licenciamento ambiental para dar continuidade ao processo.

Condições
De acodo com a reportagem, os especialistas identificaram uma área no município de Alcântara com condições favoráveis para o terminal: um calado profundo, de 25 metros, capaz de receber navios de maior porte, e um canal amplo, com espaço para manobras e trânsito independente dos outros portos da baía.

Além disso, os empresários viram potencial para construir um novo ramal ferroviário, a Estrada Ferro Maranhão, que seria desenvolvido a partir da malha já existente na região, com as ferrovias Norte-Sul e Estrada Ferro Carajás, chegando até o novo terminal.

Apesar disso, o projeto não foi concretizado e agora o Governo Federal discute a construção do porto.
“A demanda de clientes interessados em usar a estrutura não é uma preocupação”, disse Prego. A principal carga prevista para o empreendimento é o minério de ferro das empresas que atuam na região. A maior interessada, segundo analistas, seria a Vale. Procurada, a mineradora preferiu não comentar.

“Hoje, já existe um excedente de 60 milhões de toneladas de minério que os portos em operação no Maranhão não conseguem escoar. A operação já está estressada, e a projeção é que nos próximos anos a região Norte tenha um aumento de 200 milhões de toneladas, de minério de ferro e outros, sem logística para embarque”, afirmou o diretor técnico.

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