São Luís - Moradores e donos de bares, localizados ao longo da extensão da Avenida Litorânea, reclamam dos diversos transtornos provocados pela obra que está sendo executada na localidade. Entre os problemas estão poeira, desabamentos, calçadas danificadas, paredes rachadas, lamaçal e até o impedimento de acesso ao seu imóvel. O governador Flávio Dino anunciou em suas redes sociais, no começo do mês, que uma parte do serviço está previsto para ser entregue nos próximos 30 dias.
“Há duas semanas não tenho acesso à minha casa, por terem quebrado a rampa da frente e, no momento, resido em um outro bairro da capital”, afirmou a advogada Dilza Lemos. O imóvel dela está localizado nas proximidades do Rio Pimenta, um dos pontos da obra. Ainda ontem, vários operários, máquinas e tratores, trabalhavam na obra.
Dilza Lemos disse que desde quando começou o serviço na localidade, sofre com os transtornos e prejuízos financeiros. Em janeiro do ano passado, a sua casa sofreu um deslocamento, porque os operários retiraram, de forma indevida, grande quantidade de areia de um terreno localizado nas proximidades e pelo serviço feito pelas máquinas. “Fui obrigada a pagar trabalhadores para reformarem a minha residência, para não desabar, e gastei um valor acima de R$ 5 mil”, contou.
Ela ainda disse que sua calçada foi destruída e, no momento, o muro da frente pode desabar e causar danos a piscina e aos outros cômodos da casa, além da poeira que está em todo o local. “Posso ter um grande prejuízo e, caso não seja feita uma contenção para segurar o solo, pois, a casa pode ter um deslocamento maior. Comuniquei o fato à MOB e até agora não tive uma resposta. Na verdade, hoje vivo um pesadelo”, desabafou.
João Henrique Silva, que também é morador, disse que a fachada da sua casa está rachada e, no ano passado, pagou duas vezes para fazerem reparos. “Paguei pedreiros para fazerem conserto do muro, para não desabar e a minha residência ficar sem segurança”, frisou.
Claudionor Santos declarou que o seu bar começou a perder clientes desde que que foi iniciada a obra. A poeira afastou a clientela e provocou o surgemtno de doenças respiratórias. “A poeira, hoje, toma de conta desse local. As cadeiras, as mesas e os outros móveis do bar ficam sujos de terra e temos de limpar a todo instante, então, afastando os clientes, diminuiu o lucro”, lamentou o comerciante.
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A respeito do prolongamento da Avenida Litorânea, a Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB) informou nesta sexta-feira, por meio de nota, que a obra segue o cronograma de serviços e que equipes do órgão acompanham diariamente o trabalho, junto à empresa responsável, para minimizar os transtornos.
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Obra
A obra da extensão da Avenida Litorânea e a requalificação da avenida dos Holandeses servirão para a implantação de um novo modelo de transporte público, que vai interligar as cidades da Grande Ilha (São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar) com o BRT (Bus Rapid Transit ou Transporte Rápido por Ônibus). Este tipo de transporte vai diminuir o tempo de percurso entre esses municípios em até 40 minutos.
A obra compreende dois lotes. O lote 1 abrange o prolongamento da Avenida Litorânea em 1.800 metros, requalificação da Avenida São Carlos, Requalificação da Avenida Litorânea da Foz do Rio Pimenta à Foz do Rio Calhau e a Requalificação da Avenida Colares Moreira até a Rotatória do Calhau.
O lote 2 corresponde à requalificação da Avenida dos Holandeses e a rua Búzios. Com 13,5 quilômetros de intervenção, inicia na Avenida Atlântica, no Araçagi e finaliza na Rotatória do Calhau. Ao final da obra, o fluxo de trânsito vai permanecer em sentido duplo, com duas faixas em cada via e no centro da faixa o BRT. O projeto prevê ainda soluções inteligentes para todas as rotatórias que existem ao longo da avenida.. A previsão de entrega do BRT é dezembro de 2020.
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