Pesquisa

Seminário online debate presença de indígenas Warao no Maranhão

A pesquisa é inédita e será lançada nesta quinta-feira (13) durante seminário online para análise dos dados relatados

Com informações de assessoria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Evento é realizado pela Organização Internacional para Migrações (Indígena )

SÃO LUÍS-Maioria dos indígenas venezuelanos Warao que chegaram ao Maranhão possuem até 40 anos e migraram em busca de melhores condições de vida, acesso a trabalho e reunificação familiar. Este perfil é resultado de estudos da Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM) da População Warao, realizada pela Organização Internacional para Migrações (OIM) pela primeira vez no estado.

A pesquisa é inédita e será lançada nesta quinta-feira (13) durante seminário online para análise dos dados relatados. Traça desde a trajetória dos indígenas da Venezuela até o Brasil e a integração socioeconômica quando chegaram ao Maranhão. O evento será às 14h com transmissão ao vivo pelo facebook da OIM Brasil.

Realizada em parceria com o Governo do Maranhão e o Ministério da Cidadania, esta é a primeira DTM no Brasil dedicada exclusivamente a povos indígenas e apresenta uma fotografia inédita do povo Warao em deslocamento pelas cidades de São Luís, Imperatriz e São José do Ribamar.

“A produção de informações sobre o perfil dos indígenas Warao é fundamental para que o Governo e as organizações envolvidas na acolhida possam tomar decisões baseadas em evidências. Para OIM, conhecer esses dados é poder trabalhar mais perto da realidade encontrada em campo”, ressalta a coordenadora de projetos da OIM, Natália Maciel, quem irá mediar o seminário.

“No Maranhão, optamos pelo caminho do acolhimento e da promoção de direitos. Os desafios são imensos, mas contamos com o apoio de instituições mais experientes para lidar com este público, e desde 2019 temos buscado parcerias para garantir a dignidade dos refugiados que chegam ao estado, como a OIM”, destaca o secretário de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, que também estará presente no evento online.

Além da Secretária de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão (Sedihpop), participam do lançamento o Centro de Cultura Negra do Maranhão, responsável pelo atendimento a migrantes em São Luís, a Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da FUNAI, e representantes dos Ministério da Cidadania e da Família, Mulher e Direitos Humanos do Governo Federal.

A DTM indígena no Maranhão foi realizada em março e contou com uma amostra de 112 pessoas, divididas em 26 famílias. Foram capacitados pela OIM para aplicação da pesquisa 29 servidores da Sedihpop e da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social do Município de São Luís (Semcas).

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Warao no Brasil

Os Warao são hoje o principal contingente de migrantes e refugiados indígenas que chegam da Venezuela ao Brasil. De acordo com dados compilados pela Plataforma R4V, mais de 5.000 indígenas venezuelanos chegaram ao país desde 2016 pela fronteira norte, sendo que aproximadamente 65% deles são da etnia Warao. Na Venezuela, a estimativa é que sejam mais de 50 mil indígenas desta etnia.

A população Warao está presente nas cinco regiões do País, mas até hoje poucas iniciativas buscaram conhecer melhor o perfil desses indígenas em deslocamento e nenhuma havia focado sua chegada ao Maranhão.

No Brasil, a DTM é aplicada desde março de 2018. As setes edições realizadas no país cobriram principalmente o movimento de venezuelanos que chegavam à Roraima, produzindo informações relevantes sobre as necessidades dessa população, facilitando a execução da acolhida emergencial humanitária e o desenho de políticas públicas de proteção e integração.

A realização da DTM no Brasil faz parte da estratégia da OIM para apoiar o país na acolhida e integração dos refugiados e migrantes que chegam da Venezuela e conta com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.

A DTM é uma ferramenta desenvolvida pela OIM em 2004, originalmente utilizada para monitorar deslocamentos de migrantes no Iraque. Desde então, a ferramenta já foi aplica com sucesso em 55 países ao redor do mundo.

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