Editorial

Pandemia de incertezas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

A pandemia do coronavírus mudou o mundo. Mudou?

Não há dúvida de que hábitos, forçadamente, foram modificados. Há uma tentativa da população de manter o isolamento social, alguns mais severamente, outros parcialmente (profissionais da saúde e jornalistas, por exemplo, estão cumprindo suas obrigações, apesar dos riscos). De fato, a rotina de todos está longe de ser a mesma de poucos de dias atrás.

O Brasil está em calamidade pública (oficialmente aprovada), reflexo sintomático de um estado calamitoso mundial. Paralela à emergência sanitária global, a pandemia de incertezas que assola as nações pode, num futuro próximo, matar mais que o famigerado vírus que “aprisiona” o planeta.

O amanhã é tão incerto quanto a permanência no mercado de um número enorme de micro e pequenas empresas, impossibilitadas de funcionar por causa da quarentena. Quantas sobreviverão ao vírus?

Quantos profissionais liberais, comissionados e assalariados do comércio conseguirão manter renda mínima, enquanto o mundo está recolhido entre quatro paredes? Quantas pessoas resistirão ao estresse provado pela falta de certeza de que terão como pagar as suas contas.

A pandemia de incertezas de hoje poderá provocar males devastadores que o presente (nebuloso) não pode medir.

Em meio à calamidade emocional sem precedentes que infecta a população mundial, O Estado trabalha para cumprir o seu papel de informar e apontar caminhos que tragam esperança de um futuro respirável às pessoas. Mesmo com equipe reduzida e profissionais emocionalmente afetados (sim, jornalista é ser humano como você), a notícia não para.

O mundo também não está parado. Cientistas em muitos países se esmeram na busca de uma vacina e tratamentos contra o coronavírus. É preciso acreditar que a cura e/ou o tratamento chegarão o mais breve possível. Contudo, será preciso tratar as sequelas psicológicas que a pandemia deixará nas pessoas.

Que o espírito de união que ora parece comover a população mundial - diferenças têm caído por terra, partidarismos têm sido postos de lado (?) - perdure quando esse tsunami passar e restarem os cacos. Tarefa árdua para os governantes. Juntar os cacos vai requerer aplicação solidária e responsável do dinheiro público, livre do asqueroso interesse político que contamina as gestões públicas no Brasil.

Basta!

Se há uma lição que deve ficar dessa pandemia é a certeza de que a pior enfermidade assassina de pessoas em um país como o Brasil (sobretudo a massa de miseráveis que sobrevive à margem da renda nacional) é a corrupção e a roubalheira desvairada da verba pública.

Se o mundo mudou de fato, o futuro dirá. O Brasil, este sim, ou muda ou seguirá morrendo aos poucos, com ou sem coronavírus.

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