Incêndios

Quase 100% dos casos de queimadas ocorrem na estiagem no estado

Com o início do período chuvoso, a expectativa é de que os incêndios florestais sejam menos frequentes; em 2019, foram mais de 17 mil focos

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
2019 teve 32% a mais de focos de queimadas do que 2018, com estiagem maior e ações pontuais no estado (queimadas)

As queimadas causam diversos danos ao meio ambiente, incluindo mudanças na composição da atmosfera. A fauna e flora de um ecossistema são afetados de maneira devastadora. No Maranhão, os focos de incêndios florestais continuam estáveis, com oito pontos atingidos este ano. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMA), 95% das ocorrências de incêndios em vegetação no estado se concentram no período da estiagem.

Em 2019, foram mais de 17.153 mil focos de queimadas no Maranhão, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCIT). Os elevados números deixaram o estado na terceira posição, entre as unidades federativas brasileiras, com relação aos incêndios florestais, perdendo apenas para Mato Grosso e Pará.

Em comparação com os números do mesmo período de 2018, houve aumento de 32%. Conforme o Inpe, de 1º de janeiro até o dia 3 de dezembro de 2018, foram 13.029 focos de queimadas no Maranhão, o que representou uma queda de 44% com relação ao mesmo período de 2017, que teve 23.292 pontos de incêndios florestais no estado. No que se refere aos dados de 2019, o Maranhão ficou atrás somente do Mato Grosso, com 30.596, e Pará, com 29.023 pontos

Focos em 2020
No início deste ano, do dia 1º até o dia 6 deste mês, foram registrados oito focos de incêndios florestais no estado, a mesma quantidade observada em Goiás. No entanto, é o menor número nos últimos 6 anos. A quantidade ficou estável, diferentemente do estado do Amazonas que, nos últimos dois dias, teve um aumento de dois pontos atingidos pelas queimadas, passando de 101 para 103.

No Maranhão, houve uma redução em quase 100% com relação ao mesmo período de 2019, quando foram registrados 598 focos de queimadas no Maranhão. Este ano, ainda não ocorreram incêndios florestais nos estados do Acre, Amapá, Bahia, Rondônia, Sergipe e Espírito Santo.

Monitoramento
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturas (Sema) informou que são realizadas, frequentemente, fiscalizações com acompanhamento do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). Ademais, segundo o órgão, ocorrem ações de educação ambiental, por meio do Programa Fogo Zero. Além do “Dia D contra as Queimadas” e palestras para conscientização da população.

“A Sema também realiza o acompanhamento dos focos de incêndio por meio da base de dados ‘BD Queimadas’, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), além de monitoramento, através do satélite Planet, de surgimento de eventuais novos focos”, destacou a secretaria.

Período de estiagem
A estiagem é o resultado da redução, atraso ou ausência de chuvas em uma determinada região do planeta, quando são previstas para uma temporada do ano. Nessa época, o ar fica mais seco, o que propicia problemas respiratórios, gripes e alergias em várias pessoas. É comum o racionamento de água devido à diminuição nos reservatórios e rios. Nesse período, o risco de incêndios florestais é grande.

Para muitos especialistas, esse fenômeno pode ser definido como uma versão moderada da seca, considerada mais grave, ou seja, uma versão crônica da estiagem.

Operações realizadas
Devido as queimadas, o Exército Brasileiro realizou em 2019, em conjunto com o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMA), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Polícia Federal (PF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos a “Operação Verde Brasil”, que foi deflagrada para combater os incêndios florestais e também crimes ambientais na região da Amazônia Legal Maranhense. As ações foram iniciadas no dia 24 de agosto.

No total, as equipes efetuaram 55 ações de combates a incêndios florestais e fecharam dois garimpos ilegais. Foram capacitados 210 militares em ações de combate a queimadas. As instruções foram realizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar. Ademais, 21 militares do Exército da área de saúde receberam orientações sobre primeiros socorros relacionados às queimaduras.

Efetivamente, as equipes saíram de São Luís, no quartel do Batalhão de Infantaria Leve, no dia 28 de agosto, em direção aos municípios maranhenses que seriam alvos da “Operação Verde Brasil”. Nos dois meses de operação, foram realizadas 15 patrulhas terrestres, 8 reconhecimentos aéreos, 12 Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE), 3 Ações Cívico-Sociais (ACSo), 55 combates a focos de incêndios florestais e 5 ações de apoio logístico a agências.

Além disso, as equipes fecharam, juntamente com a PF, cinco madeireiras e dois garimpos ilegais. Os militares apreenderam mais de 780 m3 de madeira extraída ilegalmente, 30m3 de carvão e 40kg de carne de animais silvestres. Duas pessoas foram detidas nessas incursões.

QUEIMADAS

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além da ação humana, as queimadas também podem ser causadas pelo tempo seco nas regiões. Conforme o órgão, 80% do território nacional fica sem chuva nesta época do ano, o que propicia que o fogo se espalhe na vegetação. O Inpe diz que os efeitos desses incêndios são muitos, como a destruição da fauna e da flora, o empobrecimento do solo e a redução da penetração de água no subsolo. Regionalmente, as queimadas causam poluição atmosférica e alteram ou destroem o ecossistema, modificam a composição química da atmosfera e até mesmo do clima no planeta.

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