São Luís - “Espirais da Gente”, com selo da Clara Editora e ilustrações de Lucas Maciel, é o primeiro livro da professora Silvana Duailibe, a será lançado hoje, às 19h, no Espaço Cultural AMEI, no São Luís Shopping. A obra é uma coletânea de crônicas sobre o cotidiano, divididas em 11 capítulos. O evento contará com as participações especiais de Aníbal Pinheiro, Juciana Sampaio, Sheila Martins, Alex Palhano e César Boaes.
Os capítulos de “Espirais da Gente” trazem os títulos “Reinventando...se”, “Amar, pranto e bolero”, “Sobre rastros de óleo velho e queimado”, “Um bicho transparente”, “Aparências, nada mais”, “Outra realidade menos morta”, “Escrever é meu grito”, “Nossas vidinhas, nossos conflitos”, “Renda muito antiga” e “Quando eu morro”.
Cada capítulo é formado por cinco a nove crônicas, que podem ser lidas, à vontade, em movimento ascendente ou descendente, sem preocupação com a ordem e ao sabor da curiosidade de cada um.
“O livro é uma ótima opção para aqueles que desejam desfrutar de uma leitura leve, mas com conteúdo a ser apreendido. Para quem deseja presentear alguém, a obra é também um produto que cai bem nas mãos de quem aprecia a leitura como uma genuína prenda”, diz a autora.
Serviço
O quê
Lançamento do livro “Espirais da Gente”
Quando
Hoje, 28, às 19h
Onde
Espaço Cultural AMEI – São Luís Shopping
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Entrevista
Suas crônicas são uma espécie de guia da boa convivência, um almanaque de dicas e recados ou um diário com relatos de experiências pessoais. Era essa a sua intenção?
Silvana Duailibe - Tenho horror a manuais, até aos de montar coisas! Não, nunca tive, e hoje tenho menos ainda, a intenção de “orientar” ou de “ajudar”. Se isso acontece (e eu sei que acontece!), é pela afinidade com os temas que abordo, comuns à vida de todo mundo. Trata-se, no entanto, muito mais de um “desafogo” pessoal. Creio, inclusive, que não agrado a muitos na minha escrita, justamente por “jogar para o mundo” o que penso, sem a preocupação de servir de modelo. E sei disso também por feedbacks que recebo. Falo do existencial em forma de crônicas, que são relatos dos meus pensamentos e conflitos. Resolvi compartilhar isso, inicialmente em jornal e, posteriormente, nas redes sociais, porque também ouço muito (e leio) o que as outras pessoas têm a dizer. Ouvir-me e ouvir os outros é de fundamental importância para a construção das ideias e para eu ver algum sentido em perambular nesse mundo. Tenho, entretanto, relatos e contos com um formato um pouco diferente desse contexto de que estamos falando. Inclusive, inseri alguns desses relatos, que chamei de crônicas, nesse primeiro livro. São situações que eu vivi, mescladas com histórias que me contam, somadas a memórias, e de onde eu extraio sumos gostosos. Ao escrever, eu me delicio sozinha! Por que não compartilhar isso também? É o caso da crônica “O Velório do Nonô e o Forró da Diquinha”.
Como tem sido a experiência de contar as crônicas, mostrando a cara e a voz ao público nas redes sociais?
Silvana Duailibe - Vale a pena! Percebi que muitas pessoas dão um valor enorme aos stories e, de um modo geral, todos gostamos de imagem e som. Portanto, criei coragem e resolvi testar o poder da minha palavra, utilizando esses recursos. Deu certo e já tenho até os seguidores fieis das minhas performances. Criei o título de “Segredinhos” para as apresentações de textos e as pessoas se sentem próximas de mim.
Pensando na frase de Nietzsche, “ouse conquistar a si mesmo”, que você cita na primeira crônica, “Em mim”, o que foi necessário ser conquistado em você mesma?
Silvana Duailibe - Em primeiro lugar, precisei identificar em mim os pontos de angústia. O desconforto que eu sentia, aqui e ali, eram pontos difusos. Era necessário chegar mais perto e enxergar melhor o que acontecia. Fazer isso dói muito e eu considero a primeira conquista. As conquistas práticas, aquelas visíveis - o sucesso profissional, o dinheiro que se ganha, a vida que se constrói ao redor, o sorriso - essas vêm depois, muito depois do rebuliço que se dá em nós, internamente. A maior de todas as minhas conquistas foi eu me afeiçoar de mim mesma, a despeito de tudo que lastimo em mim. Não chega a ser um grande amor, mas é um amor real.
Desde criança, você viaja pelo mundo. O que a experiência de ser uma cidadã do mundo te ensinou substancialmente?
Silvana Duailibe - Viajar é um verbo relativo, com significado amplo ou restrito, dependendo da pessoa que “viaja”. Há quem viva na estrada ou no ar e aprenda muito pouco, da mesma forma que há quem não saia do seu canto e tenha um vasto conhecimento do mundo, por suas leituras, por sua busca pelas artes e por suas percepções afiadas. Eu tive o privilégio de estar fisicamente em lugares diferentes, desde muito cedo, levada pelos meus pais e, posteriormente, sozinha ou em boas companhias. Costumo dizer que eu viajo para me despir de certezas e quanto mais eu viajo, no entanto, mais eu confirmo o meu amor pela minha cidade. Eu acho que moraria em qualquer lugar. Sou bastante resiliente. Mas, meu feeling aponta para as minhas raízes, mais do que nunca.
Voltando ao livro, esse trabalho te fez entrar em um processo criativo da escrita? Ele abre a porta para outras incursões literárias?
Silvana Duailibe - Comecei a escrever contos, recentemente. Como tenho muitas crônicas arquivadas, acredito que um segundo livro ainda virá sob o mesmo formato do primeiro. As ideias não param na minha cabeça e as pessoas são inspiradoras demais para “não se ter o que escrever”. O domínio da forma é que se impõe muitas vezes estabelecendo exigências e limites. Estou em processo de constante aprendizagem.
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