Decadência

Dados do IBGE mostram que desigualdade social no Maranhão cresceu

Estatísticas evidenciam que aumentou diferença entre mais pobres e mais ricos nos últimos anos

José Linhares Jr

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Flávio Dino comemorou dados do PIB, mas desconsiderou números sobre a extrema pobreza no estado (Flávio Dino)

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) das últimas duas semanas atestam o crescimento da pobreza e da desigualdade social no Maranhão. Uma semana após a divulgação do aumento do número de pessoas na linha da extrema pobreza entre 2016 e 2018, o Instituto divulgou o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2017. A segunda informação foi comemorada pelo governador do estado. Mas, segundo João Ricardo Costa Silva, analista de desempenho do IBGE, a realidade não é nada animadora.

Na semana passada, o IBGE divulgou dados que, em 2016, o percentual de maranhenses na extrema pobreza era de 16,9% da população, o que corresponde a quase 1,1 milhão de pessoas. Em 2018, o número no estado subiu para 19,9% (1,3 milhão), um acréscimo de aproximadamente 223 mil pessoas nessa situação. Os dados não foram comentados pelo governador Flávio Dino.

Nesta semana, o mesmo IBGE divulgou números que revelam o crescimento de 5,3% do PIB. O desempenho do Maranhão foi o quarto melhor do país, sendo superado apenas por Rondônia (5,4%), Piauí (7,7%) e Mato Grosso (12,1%). Os bons números foram puxados exclusivamente pelo agronegócio. O governador comemorou os números em suas redes sociais.

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Segundo João Ricardo Costa Silva, não há razão para comemorar os números socioeconômicos do estado. “O PIB aumentou, mas a população também aumentou. Em 2017, o rendimento domiciliar per capita era de R$ 615, em 2018, o número caiu para R$ 605. Sendo que a média do país é de R$ 1. 337. Dessa forma, não há o que comemorar”, disse.

Para o senador Roberto Rocha (PSDB), a postura do governador é incoerente. “O governador Flávio Dino e o partido dele, o PCdoB, tem como principal ofício a satanização do agronegócio. Comemorar o desempenho da região de Balsas, em que impera essa atividade que está salvando a economia do Maranhão, é muito atrevimento”, disse o senador.

Roberto Rocha afirmou que a região é desprezada pelo poder público. “O governo do estado não cuida nem mesmo da rodovia estadual MA-006, que está aos pedaços”, disse.
De acordo com o senador, os quatro maiores resultados em volume (Mato Grosso, Piauí, Rondônia e Maranhão) tiveram as maiores influências da Agropecuária, sobretudo os cultivos de milho, algodão e soja, e ainda na produção de leite, em Rondônia.

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