Sem saúde

Governo terá de explicar fechamento de hospital em Matões do Norte

Requerimento de autoria do deputado estadual Adriano Sarney (PV) cobra informações detalhadas da suspensão das atividades na unidade de saúde

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Requerimento de Adriano Sarney foi aprovado pela Mesa Diretora da AL (Hospital Matões do Norte)

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa aprovou na manhã de ontem o requerimento nº 026/2019, de autoria do deputado estadual Adriano Sarney (PV), que cobra informações detalhadas ao secretário de Estado da Saúde, Car­los Lula, sobre a suspensão das atividades do Hospital Geral de Matões do Norte.
O requerimento foi formalizado na semana passada, na ocasião em que ganhou forte repercussão a denúncia de fechamento do hospital feita por servidores da unidade e posteriormente confirmada pelo Sindicato dos Enfermeiros do Maranhão.
O Governo, num primeiro momento, negou o fechamento do hospital. Depois, recuou e anunciou uma reforma na unidade - inaugurada em 2014 -, e suspendeu todas as atividades.
Adriano falou da necessidade de se esclarecer a situação. Por isso, cobrou dados detalhados do fechamento do hospital. Ele também falou da preocupação com os servidores, que denunciaram possíveis demissões em decorrência do fechamento.
“Precisamos saber o que vai acontecer com as dezenas de servidores que foram surpreendidos com o fechamento do hospital e que chegaram a denunciar uma demissão em massa. É preciso saber dados completos da obra a ser feita no local, pois queremos saber custo, prazo de conclusão. Enfim, estamos cobrando transparência do governo”, disse.
Adriano afirmou que o Gover­no, a partir de agora, com a aprovação do requerimento, é obrigado a repassar as informações ao Poder Legislativo.
“O Governo está devendo informações a esta Casa. Agora, as informações que serão encaminhadas para a Assembleia Legislativa terão de ser as mais exatas possíveis. Senão, o secretário estadual [Carlos Lula] pode incorrer em crime administrativo”, disse.

Pacientes
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Maranhão (Seema), Ana Léa Coêlho dos Santos Costa, questionou a situação de milhares de pessoas que eram atendidas ou faziam algum tipo de tratamento no hospital, e agora terão de recorrer a municípios vizinhos.
“O fechamento do hospital prejudicou muito o atendimento das pessoas da região, a maioria trabalhadores rurais. Nesta semana, muitos pacientes de municípios vizinhos tiveram que vir para os Socorrões de São Luís em busca de atendimento”, disse.
“Este hospital atendia a população de 14 municípios e agradecemos o empenho deputado Adria­no para que a gente possa esclarecer esta situação difícil do atendimento à saúde em toda a região”, disse o vereador Ismael Viana Bezerra (PRTB), o Ismael do Sindicato, de Matões do Norte.

Saiba Mais

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Na semana passada, três dias depois de o secretário Carlos Lula negar o fechamento do hospital, a mídia institucional do Governo do Estado informou a suspensão das atividades para a realização de uma obra de adequação no empreendimento. De acordo com o material, as obras são necessárias para atender exigências do Ministério da Saúde e recomendações da Anvisa. Segundo o Governo, as obras serão concluídas em 60 dias. O Governo não anunciou o valor dos serviços empreendidos no hospital.

Governista barra pedido de informação sobre Escola Digna

O pedido de informações sobre as 830 escolas reformadas e/ou reconstruídas anunciadas pelo governo do estado foi indeferido pela Assembleia Legislativa. O pedido, formalizado por meio de requerimento pelo deputado Wellington do Curso (PSDB), contou apenas com dois votos favoráveis.
Sobre o indeferimento, Wellington disse ser lamentável a conduta da base do governador Flávio Dino, que, apesar de ter mu­dado em alguns nomes, permanece com a falta de transparência.
“Se eles realmente reformaram e/ou reconstruíram as 830 escolas que tanto anunciam na propaganda enganosa do governo, por que não enviar a relação com os nomes? Já fizemos essa solicitação quando o número era de 574 escolas. Visitamos algumas e comprovamos a mentira. Em algumas, como o Centro Robson Martins, desde 2017 até hoje, os professores e estudantes esperam pela reforma, que só existiu na propaganda deles. E agora, com a mudança no parlamento, eles indeferem um simples pedido de informação. A base de Flávio Dino mudou, mas a falta de transparência ainda é a mesma”, afirmou Wellington.
Diante do indeferimento do pedido de informações, o tucano oficiou à Secretaria Estadual de Educação e, caso não obtenha as informações no prazo legal, ingressará juridicamente para ter acesso aos dados.

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