[e-s001]O abandono de vários espaços administrados pelo Governo do Estado na capital maranhense tem sido fato recorrente. Uma quadra poliesportiva no Parque Estadual da Lagoa da Jansen, por exemplo, perdeu toda a sua infraestrutura, assim como a escultura do Pescador, na praça de mesmo nome, localizada na Avenida Litorânea, e as piscinas que compõem a área do Ginásio Castelinho, no Complexo Esportivo Canhoteiro, no bairro Outeiro da Cruz. Com a falta de conservação, torna-se cada vez mais nítido, aos frequentadores e população, o descaso decorrente da falta de manutenção e reparos necessários para manter preservados ambientes e cartões-postais de São Luís.
Não bastasse a falta da animação e do público que muito se divertiu durante as competições realizadas em uma das quadras que compõem o conjunto esportivo do Parque Estadual da Lagoa da Jansen, o que restou de toda essa área, entretanto, foi apenas o esqueleto de ferro que dava forma ao espaço e que padeceu com a ausência de serviços de manutenção e sofreu os efeitos do tempo e do vandalismo, sob o olhar da administração, que nada faz para deter a degradação. Sem grades, redes de proteção, além de arquibancadas e cobertura deterioradas, a quadra é só mais um dos pontos esquecidos pelo manejo estadual.
Sem iluminação durante a noite, o espaço poliesportivo tornou-se um ambiente propício à ação criminosa de quem vai ao local mal-intencionado, ponto este que afugentou, em massa, os frequentadores do parque. Hoje, com pouca movimentação de pessoas, o ambiente reflete, contudo, o retrato da insegurança que se alastra pelo logradouro. Na manhã de ontem (11), O Estado esteve no local e constatou a presença de apenas um praticante de atividade física, o funcionário público Carlos Magno Reis, no mesmo momento em que verificou a presença de dois policiais militares, de bicicleta, fazendo a ronda do espaço.
Questionado sobre a segurança durante o seu momento de exercícios matinais no espaço, o morador do Turu disse que sempre percebe a presença do mesmo contingente policial verificado por O Estado, mas, segundo ele, é insuficiente para garantir a salvaguarda de todo o parque, que abrange uma área de 150 hectares. “Assim como eu, as poucas pessoas que ainda passam por aqui se sentem inseguras para permanecer muito tempo, porque o espaço ficou perigoso por causa do abandono. Somente dois policiais não dão conta de garantir segurança, ainda mais de bicicleta”, afirmou. “Deveria haver mais policiais fazendo a ronda pela lagoa”.
Escultura dos Pescadores
Um dos cartões-postais mais visitados e fotografados por turistas que escolhem a capital maranhense como itinerário, a escultura dos Pescadores, localizada na Praia de São Marcos, na Avenida Litorânea, é mais um exemplo do descaso da gestão estadual. O monumento é uma obra do escultor e pintor Cordeiro do Maranhão e foi inaugurada em 31 de dezembro de 2003.
Atualmente tomada pela ferrugem, a escultura sofre os efeitos do salitre e da falta de conservação, tendo, praticamente, toda a rede de pesca que compõe a obra deteriorada. Além de oferecer risco aos visitantes, que ficam sujeitos a ferimentos que podem resultar em doenças como tétano, a base não apresenta estabilidade, o que pode ocasionar acidentes mais graves caso a estrutura caia no momento em houver frequentadores no local.
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[e-s001]Piscinas ou criadouros?
Destinadas ao lazer, ao desporto da população da capital e competições olímpicas, as piscinas que compõem o Complexo Esportivo Canhoteiro mostra não só a falta de manutenção por parte do Governo do Maranhão, mas também risco à saúde pública. Há anos as piscinas são alvo de reclamação dos moradores do entorno, visto que, devido à inutilização do espaço, a água que fica acumulada na piscina pode servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Além do acúmulo de água suja, o entorno das piscinas está tomado pela vegetação crescente, assim como as arquibancadas estão deterioradas, com a estrutura de ferro da cobertura retorcida, contribuindo para a construção de um cenário de abandono, quando, em outrora, eram caminhos para quem sonhava com as medalhas a serem conquistadas e desafios a serem batidos no local, visto que aconteciam jogos escolares e outros de maior importância.
Diante dos problemas verificados, O Estado manteve contato com o Governo do Maranhão, mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno.
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