DIFICULDADES

Estudantes da Vila Batatã reclamam da falta de ônibus escolar

Segundo algumas mães de alunos, o transporte escolar passa apenas alguns dias na semana, deixando as crianças sem ir à escola nos demais

Robert W. Valporto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

SÃO LUÍS - As crianças que moram na Vila Batatã, zona rural de São Luís, enfrentam dificuldades para se deslocar diariamente para a escola, porque, segundo alguns pais, o transporte escolar não passa para buscar os 25 alunos todos os dias e muitos não têm condições de mandá-los de outra maneira. A situação tem gerado revolta nos moradores daquele bairro.

O problema do transporte escolar permanece mesmo quando o ônibus não falta, pois segundo relatos dos moradores, o motorista vai somente até 500 metros dentro do bairro, em relação à BR-135, fazendo com que os estudantes tenham de caminhar muito, sejam quais forem as condições climáticas, até suas residências.

SÃO LUÍS - Os moradores pedem atuação da Prefeitura de São Luís no sentido de auxiliar seus filhos para que eles tenham a garantia de assistir as aulas diariamente, já que muitos ficam sem ir à escola quando o ônibus não aparece. Mesmo assim, os alunos ficam esperando todos os dias até que ele apareça, ou não.

Em alguns dias que o ônibus escolar não ia ao bairro, um morador levava as crianças até a escola, mas o número de estudantes é superior à lotação permitida em veículos pequenos e o descumprimento dessa norma poderia implicar problemas ao condutor que as levasse.

A doméstica Edileusa Dourado, de 41 anos, disse que até pediu o número de celular do motorista do ônibus escolar, para saber os dias em que ele iria ao bairro, mas foi tratada com deselegância. “Eu pedi, para que a gente já se preparasse para dar um jeito de mandar os meninos para a escola quando ele não viesse. Em resposta, ele me disse que estava ‘fazendo um favor’ para nós, em trazer nossos filhos”, enfatizou revoltada.

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A dona de casa Keila Campos Ferreira, de 37 anos, é uma das pessoas que depende do transporte escolar e sente dificuldade em mandar os filhos para a escola. “Meu marido vai para o trabalho e não tenho como enviar meus dois filhos para a escola, quando o motorista não vem. Esta semana eles já ficaram dois dias sem ir à escola. A gente fica esperando uma ação da Prefeitura, mas nada acontece”, completou entristecida.

Outra a reclamar da questão foi a aposentada Auxiliadora Sales da Silva, de 60 anos, que tratou também da falta de fardamento. “Nossos meninos precisam enfrentar muita dificuldade para ir à escola, por vários motivos. Primeiro, é a questão da farda, que eles não têm. Segundo, é a falta da van para levá-los e a gente já tem gastos em casa e ficamos sem condições de pagar transporte público”, frisou.

Preocupa os pais uma informação dada em reunião com professores, sobre o número de faltas dos alunos. “Eu ouvi o professor dizendo que se a criança faltar cinco vezes, a escola vai entregar ela para o Conselho Tutelar. Agora, como a gente vai fazer se o ônibus não vem às vezes e a gente não tem como mandar? É muito complicado”, refletiu a dona de casa Milene de Oliveira Reis, de 28 anos.

Vias sem condições
Ainda segundo os moradores, um dos motivos pelos quais o ônibus escolar, assim como as ambulâncias e viaturas da polícia, não pode entrar mais no bairro, é por causa de um bueiro em uma das ruas, onde já caíram vários carros, além do fato de as vias não oferecerem condições para tráfego.

O autônomo Carlos Vinicius Cardoso Cruz, de 30 anos, contou do esforço que moradores fazem vez e outra para melhorar as ruas, para poderem transitar. “A gente já tirou vários carros, caçamba e outros veículos que caíram no bueiro. Por isso os moradores pedem, encarecidamente, uma ação da Prefeitura para resolver o problema, já que os serviços que fazemos a água da chuva leva”, frisou.

O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís para saber as medidas para resolver os problemas com o transporte escolar naquele bairro e, por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que o veículo utilizado para fazer o transporte dos estudantes da Vila Batatã precisou passar por uma revisão periódica. E ressaltou que já está providenciando outro veículo para atender aos alunos da rede municipal, residentes naquela vila.

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