CISJORDÂNIA - O presidente palestino, Mahmoud Abbas, restringiu as redes sociais e sites de notícias na Cisjordânia com um decreto denunciado por críticos como tentativa do governo de "encarcerar qualquer acusado de prejudicar a unidade nacional".
Ativistas de direitos humanos afirmam que o decreto, emitido sem debate público, é uma das medidas mais significativas tomada pelo governo Abbas para restringir a liberdade de expressão nos enclaves palestinos autônomos da Cisjordânia.
De acordo com um promotor palestino, o decreto não tem como objetivo sufocar a dissidência. Ele afirmou que uma nova lei sobre crimes eletrônicos é necessária para encerrar lacunas que, no passado, permitiam que infratores cometessem crimes sem serem punidos.
No mês passado, o governo bloqueou 30 sites, segundo o Centro Palestino para o Desenvolvimento e as Liberdades de Mídia. A maioria dos sites bloqueados apoiava dois dos principais rivais de Abbas –o opositor Mohammed Dahlan e o grupo militante islâmico Hamas.
Cinco jornalistas que trabalhavam para os meios de comunicação ligados ao Hamas foram presos nesta semana. Eles foram acusados de violar a nova lei, de acordo com o advogado de um dos detidos e um funcionário da associação de jornalistas palestinos.
Continua após a publicidade..
Outros quatro jornalistas foram convocados para interrogatórios sobre postagens em mídia social contra a política governamental.
Um dos convocados, o jornalista fotográfico Fadi Arouri, que trabalha para a agência de notícias chinesa Xinhua, disse que recebeu mensagens na rede social Facebook que afirmavam que as autoridades estariam preocupadas com suas "expressões podem levar à desordem na sociedade".
O chefe da Comissão Independente Palestina para os Direitos Humanos, Ammar Dweik, afirmou que a nova lei é "uma das piores" desde que o governo da autonomia palestina foi estabelecido em 1994.
É "um grande revés para as liberdades na Cisjordânia", disse Dweik, citando a vaga definição dos delitos, a grande autoridade dada às forças de segurança, o bloqueio em grande escala de sites de notícias e as punições rígidas.
Grupos de direitos humanos acusam Abbas e seu antecessor, Yasser Arafat, de restringir as liberdades e de se envolverem em violações de direitos humanos, como prisões arbitrárias de opositores, maus-tratos e repressão de protestos pacíficos.
Saiba Mais
- Censura: Justiça manda retirar reportagem sobre marido de Eliziane Gama
- Censura: Justiça manda retirar reportagem sobre marido de Eliziane Gama
- MPE inocenta Roseana, O Estado e jornalista após discurso chamando Dino de “ditador”
- Estudo aponta que China aumentou restrição a jornalistas estrangeiros
- Censura oficial no Maranhão
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+O Mundo