Clima tenso

Ânimos acirrados incentivam conflitos no trânsito de São Luís

Pelo menos dois casos que ganharam as redes sociais durante a semana que passou, evidenciam o nervosismo de alguns condutores na cidade

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38

[e-s001]Dois casos de conflitos de trânsito, em São Luís e que ganharam as redes sociais na semana que passou, evidenciam o nervosismo de alguns condutores de veículos em ruas e avenidas da cidade. Em ambos os casos – que envolveram motoristas de ônibus, de Uber e taxistas – por pouco, as pessoas envolvidas não foram às ‘vias de fato’. A instabilidade no comportamento desses condutores deixa passageiros tensos, que passam a duvidar da real qualidade dos serviços.

O caso mais recente aconteceu na quarta-feira,14, por volta das 21h, na via de acesso ao Aeroporto Hugo da Cunha Machado, no Tirirical. De acordo com testemunhas e com um vídeo feito supostamente por um passageiro, um motorista credenciado do Uber na capital foi ‘cercado’ por taxistas. Os trabalhadores, proferindo palavras de baixo calão, questionavam o condutor do veículo sobre sua circulação já que, de acordo com a Lei Municipal nº 429, aprovada pela Câmara Municipal de São Luís, Uber está proibido na cidade.

Para fugir dos taxistas, o motorista do Uber – que não teve a identidade revelada – se protege no canteiro central da pista. A Polícia Militar do Maranhão (PM) foi acionada, na ocasião. Em contato por telefone, a assessoria de comunicação do Sindicato dos Taxistas de São Luís (Sinditaxis) justificou a conduta dos taxistas no caso. Segundo a entidade, os trabalhadores somente teriam reagido a uma ameaça, feita pelo motorista do Uber, que estava com um facão.

Procurada, a associação que defende os interesses dos motoristas do serviço oferecido via aplicativos em São Luís deu outra versão e informou que os taxistas teriam partido inicialmente para a ameaça física. Segundo o órgão, apesar de ainda ilegal, 1.050 motoristas na capital maranhense estão cadastrados pelo Uber para atuar na cidade. Em nota, a direção nacional da empresa informou que orienta estes condutores a manter a rotina normal de atividades na cidade e que qualquer caso de violência deverá ser levado até as autoridades competentes.

[e-s001]Motorista x Motorista
O outro caso que mostra o clima tenso no trânsito da cidade aconteceu na terça-feira, 13, por volta das 20h, na Avenida Jerônimo de Albuquerque, uma das mais movimentadas na cidade. Duas motoristas – que não tiveram os nomes revelados e dos quadros de funcionários da Ratrans e Taguatur – conduziam, cada uma, coletivos das linhas Rodoviária/São Francisco e Bequimão/São Francisco pela via quando, ao ser supostamente fechada pela colega de trabalho, uma das motoristas desceu do coletivo para discutir com a outra. Após vários xingamentos proferidos, as duas condutoras tiveram de ser contidas por passageiros.

Segundo o funcionário público Moisés Dias de Brito, que estava em um dos ônibus, foi necessária habilidade dos passageiros para conter as condutoras. “Eu mesmo tive de separar uma delas. Não fiz nada demais, até porque se não tivesse feito, sabe lá o que teria acontecido”, disse.

Após o fato, de acordo com a direção do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET), as motoristas foram afastadas imediatamente de suas funções e responderão a inquérito administrativo. O SET não confirmou se este foi o primeiro caso de conflito mais grave no trânsito da cidade envolvendo motoristas.

Estresse
A rotina de trabalho, considerada estressante, somada à tensão exacerbada pela falta de entendimento entre os rodoviários e empresários do setor de transporte na discussão do reajuste salarial da categoria são fatores apontados pelo sindicato que defende os interesses dos motoristas e cobradores de ônibus, para as ocorrências de brigas no trânsito relacionadas a condutores dos coletivos.

Para minimizar o problema, nos últimos meses, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema) investiu em atividades voltadas para a saúde dos filiados, com a promoção de ações sociais na própria sede do sindicato, oferecendo serviços como aferição de pressão arterial e controle da taxa de glicemia.

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