Reflexo da crise

MPEs não devem contratar crédito nos próximos meses

85% deles não pretendem contratar crédito nos próximos três meses, segundo SPC Brasil e CNDL; maioria consegue usar recursos próprios

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Maioria dos que não pretendem contratar diz que consegue se manter com recursos próprios (demanda por crédito)

RIO - De acordo com o Indicador de Demanda por Crédito do Micro e Pequeno Empresário de Varejo e Serviços, calculado pelo Serviço de Pro­­teção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 85% desses empresários não pretendem to­mar crédito nos próximos três meses, enquanto 7% não sabem e apenas 6% têm interesse.

O indicador registrou 13,2 pontos em março, com um recuo de 3,0 pontos na comparação com o mês anterior (16,2 pontos). O número va­ria de zero a 100, sendo que quanto mais próximo a 100, maior é demanda do empresário por crédito.

A maioria dos que não pretendem contratar diz que consegue se manter com recursos próprios (39%). Em seguida, aparecem os MPEs que justificam a decisão devido às altas taxas de juros (28%) e também em virtude da insegurança com as condições econômicas do país (18%).

Crise

Desde o início da série, o indicador de demanda por crédito se mantém baixo. “A crise econômica constitui um fator a mais no baixo apetite tan­to pelo crédito como por investimen­to, pois tomar dívidas de longo prazo ou promover a melhoria dos negócios requer que as expectativas sobre o futuro sejam boas”, afirma Honório Pinheiro, presidente da CNDL. “Políticas que instruam o micro e pequeno empresário a respeito da importância do crédito e que ampliem as modalidades ao seu alcance po­dem resultar em maior demanda por recursos”.

Entre os empresários que consideram contratar crédito algo difícil (37%), os principais motivos são o excesso de burocracia e exigências dos bancos (48%) e as altas taxas de juros (39%). Já entre os que consideram a contratação algo fácil (18%), as justificativas mais citadas são o bom relacionamento com o banco (33%), estar com as contas em dia (24%), estar com a documentação regularizada (13%) e tempo de existência da empresa (10%).

Investimento

Em março de 2017, também o Indicador de Propensão a Investir do Micro e Pequeno Empresário de Varejo e Serviços ficou abaixo do mês anterior: 28,4 pontos antes 34,3 pontos em fevereiro, quando alcançou o maior valor da série histórica. Este mês, o indicador registrou a mesma pontuação que em março do ano passado, também 28,4 pontos.

MAIS

Os Indicadores de Demanda por Crédito e de Propensão para investimentos do Micro e Pequeno Empresário, calculados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL), levam em consideração 800 empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior.

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