Sem limpeza urbana

Greve dos garis deixa cidade suja

Vários pontos de acúmulo de lixo foram vistos até ontem por O Estado; até o fechamento desta página, trabalhadores ainda negociavam acordo com empresa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Lixo se acumulou em entorno de contêiner em área localizada na Camboa, não sobrando mais espaço (lixo)

SÃO LUÍS - A greve dos agentes de limpeza deixou São Luís com vários pontos de acúmulo de lixo. Na tarde de ontem, foi realizada uma reunião entre representantes do Município e do Sindicato dos Empregados de Asseio e Conservação do Maranhão (Seac), para pôr fim ao impasse. Até o fechamento desta página, trabalhadores permaneciam em negociação com empresa.

Mesmo sem a adesão integral à greve, já que, de acordo com a direção do Seac, 65% dos trabalhadores mantiveram as atividades, a sujeira se acumulou em várias ruas e avenidas da cidade. A situação mais grave foi vista na Camboa. Vários contêineres estavam com excesso de lixo e, sem outra opção, muita gente depositou a sujeira ao lado da estrutura.

Outro ponto da cidade em que o lixo se acumulou foi ao lado da Feira do João Paulo. No fim da tarde de ontem, após o término do expediente dos feirantes, era possível ver restos de frutas e verduras espalhados por toda a parte. “Realmente, a gente poderia fazer a nossa parte. Mas sem o serviço de lixo, fica ainda mais complicado fazer alguma coisa”, disse o feirante José Borges.

Na Avenida dos Portugueses, o lixo ficou a poucos metros da Unidade Mista Itaqui-Bacanga, que recebe diariamente centenas de pacientes. Apesar do aviso de “proibido colocar lixo”, cidadãos desobedeceram a regra e jogaram sujeira no local. Até o fim da tarde de ontem, os dejetos não haviam sido recolhidos.

Em bairros como o São Francisco, por exemplo, a coleta de lixo não foi feita ontem. De acordo com os moradores, ontem,12, deveria ter sido dia de recolhimento de lixo. “Hoje era para passar o lixo, mas acho que por causa da greve isso não aconteceu”, afirmou Rosângela Flores, moradora do bairro.

Reposição
De acordo com a assessoria da empresa de limpeza pública da capital maranhense desde ontem trabalhadores foram contratados para suprir a demanda de garis em greve. No entanto, a empresa não informou o quantitativo de pessoas contratadas.

Não podemos aceitar uma oferta tão irrisória como esta. É pela defesa dos trabalhadores que decidimos entrar em greve”Honésio Máximo, presidente do Seac

Segundo a direção da Seac, desde janeiro deste ano a Prefeitura de São Luís se nega a repassar aos trabalhadores o reajuste previsto em lei. De acordo com a entidade, enquanto os trabalhadores reivindicam um aumento de 15% nos salários, o Município sinaliza com uma alteração de apenas 4%.

A oferta já foi recusada pela direção do sindicato que responde pelos agentes de limpeza. “Não podemos aceitar uma oferta como esta. É pela defesa dos trabalhadores que decidimos entrar em greve”, disse Honésio Máximo, presidente do Seac.

Segundo a Seac, no total, a capital maranhense conta com 960 profissionais, entre agentes de limpeza, motoristas e administradores.

Procurado por O Estado, o Comitê Gestor da Limpeza Urbana, da Prefeitura de São Luís, informou que a paralisação dos agentes de limpeza se dá pela falta de acordo entre o sindicato da categoria e a empresa São Luís Engenharia Ambiental (SLEA), responsável pela limpeza pública da capital, para reajuste no salário dos trabalhadores, não envolvendo assim a Prefeitura de São Luis.

Por se tratar de serviço essencial para a cidade, o Comitê informou que ingressou com ação e obteve decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) para que a SLEA mantivesse 65% dos serviços funcionando até o fim do impasse.

Números

15% é o percentual de aumento solicitado pelos garis
960 é o total de profissionais, entre agentes de limpeza, motoristas e administradores em SL

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