Levantamento feito pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI), mostrou que 78% dos alunos da rede pública de São Luís afirmaram ter ocorrido algum tipo de violência em sua escola nos últimos 12 meses - 70% dos casos foram cometidos pelos próprios colegas de turma.
Em São Luís, foram entrevistados 876 estudantes, de 29 turmas distribuídas em 20 escolas. Segundo a pesquisa, outros 15% dos casos de violência em unidades de ensino teriam sido cometidos por professores (sejam agressões físicas ou verbais). Segundo o relatório, dos alunos entrevistados, 20% admitiram ter cometido algum tipo de violência na escola. Na comparação com as demais capitais envolvidas na pesquisa (Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Maceió, Salvador e Vitória), São Luís ficou atrás apenas na estatística da capital mineira, com 20,2%.
Entre os tipos de violência mais comuns nas escolas da capital maranhense e relatadas pelos alunos no levantamento estão roubo e furto (33%), ameaça (23,8%), cyberbullying (zoar, ameaçar ou xingar na internet), com 21,4%, e agressão física (9%). Os alunos entrevistados informaram ainda que roubos e furtos de objetos pessoais são os casos de violência que “mais os incomodam” na escola.
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Da quantidade de alunos entrevistados, um quarto (ou 25%) afirmou já ter sofrido algum tipo de discriminação. Entre as razões apontadas para a exclusão, estão o lugar onde moram (25% dos casos). Outros 14% dos casos de violência registrados em ambiente escolar estão relacionados a temas como cor ou raça. Em 15%, o motivo da violência é religioso.
Ambientes
Ainda de acordo com o levantamento do MEC, 30,1% dos casos de violência nas escolas foram consumados em sala de aula. Já 23,1% das ocorrências aconteceram nos corredores das unidades de ensino. Segundo a pesquisa, 18,1% dos fatos violentos em escolas ocorreram em pátios.
Armas
Apenas 4,6% dos alunos entrevistados confirmaram que, seja por mecanismo de defesa ou para agressão direta a outro aluno, já levaram armas para a escola. Deste grupo, 55,9% usaram facas ou canivetes e outros 20% transportaram armas de fogo para unidades de ensino.
Pesquisa
A pesquisa do MEC sobre a violência no ambiente escolar foi realizada entre janeiro e novembro do ano passado. Foram entrevistados 6.709 alunos, entre 12 e 29 anos, de 246 turmas do ensino fundamental e médio de 140 escolas públicas.
Sobre os dados apresentados, o Governo do Maranhão informou que vem desenvolvendo uma série de ações para a prevenção de conflitos e promoção de uma cultura da paz nas escolas do Sistema Estadual de Ensino como a capacitação de mediadores do Programa de Prevenção à Violência nas Escolas para atuarem nas escolas em que trabalham e auxiliar alunos sobre a temática da violência no ambiente escolar, em 15 escolas da Unidade Regional de Educação de São Luís.
A Seduc reiterou que está trabalhando em parceria com a Polícia Militar, por meio da Ronda Escolar, para ações conjuntas de segurança escolar em todas as unidades de ensino do Estado, com palestras e orientações aos alunos sobre prevenção à violência, drogas e o álcool, além de repassar informações sobre bullying e cuidados pertinentes à internet, principalmente sobre cuidados no uso de redes sociais.
Já a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), informou que foi parceira na elaboração do diagnóstico, com o objetivo de subsidiar o desenvolvimento de projetos e ações na área de fomento à cultura de paz no ambiente escolar.
NÚMEROS
25% dos alunos afirmaram ter sofrido algum tipo de discriminação
28% dos alunos confirmaram que já foram agredidos verbal ou fisicamente na sua escola
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ALGUNS DADOS
Já ocorreu algum tipo de violência no ambiente escolar?
SIM - 78,4%
NÃO - 20,9%
Locais onde ocorreu mais violência nas escolas nos últimos 12 mese
Sala de aula - 30,1%
Corredor - 23,1%
Pátio - 18,1%
SAIBA MAIS
Vandalismo na escola
Além da violência sofrida pelos alunos no ambiente escolar, nos últimos meses viraram rotina na cidade os casos de arrombamentos e invasões a unidades de ensino. Para intimidar a polícia, alguns jovens fazem uso da pichação e escrevem, em muros de escolas, termos referentes a facções criminosas. Um exemplo disso é observado na UEB Monsenhor Frederico Chaves, no São Francisco.
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