Ciência e Tecnologia

Foguete lançado em Alcântara se dividiu em partes após falha, diz Innospace

Empresa afirma que missão foi interrompida de forma controlada após anomalia detectada segundos depois da decolagem em Alcântara.

Imirante, com informações da Innospace

Atualizada em 30/12/2025 às 16h06
Lançamento interrompido após anomalia, (Foto: Reprodução/Pedro Pallotta/Space Orbit)

ALCÂNTARA - A empresa sul-coreana Innospace divulgou nesta segunda-feira (29) novas informações sobre o lançamento do foguete HANBIT-Nano, realizado no Centro Espacial de Alcântara (CLA), no Maranhão. O voo, que marcou a primeira missão comercial da companhia no Brasil, foi interrompido de forma controlada após a identificação de uma anomalia cerca de 30 segundos após a decolagem.

Segundo a empresa, o foguete de dois estágios decolou às 22h13 do dia 22 de dezembro (horário de Brasília) e iniciou a trajetória vertical conforme o planejado. O motor principal do primeiro estágio — um motor híbrido de 25 toneladas de empuxo — funcionou normalmente, garantindo estabilidade nos primeiros segundos. O desempenho inicial representou o primeiro registro mundial de voo de um motor híbrido dessa classe em um veículo lançador.

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Cerca de meio minuto após a decolagem, os sistemas detectaram uma anomalia. Em seguida, o foguete se fragmentou em diferentes seções e entrou em trajetória descendente, colidindo dentro da área de segurança previamente delimitada. Não houve registro de feridos nem danos a instalações. A Innospace informou que a missão foi encerrada em conformidade com protocolos internacionais de segurança, em coordenação com a Força Aérea Brasileira (FAB). O Sistema de Interrupção de Voo (FTS) foi acionado para garantir a explosão controlada no momento da queda, evitando riscos adicionais. Parte dos destroços foi recuperada e será utilizada em análises técnicas.

Investigação e próximos passos

A investigação oficial sobre as causas da falha será conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Informações preliminares apontam que houve perda de comunicação com os sistemas em solo durante a passagem por uma camada de nuvens, seguida de danos estruturais ainda não determinados.

As cargas úteis transportadas estavam cobertas por seguros contratados previamente, e a empresa afirmou que o incidente não deve impactar seus contratos comerciais nem os planos de longo prazo. Apesar da interrupção, a missão permitiu a coleta de dados relevantes sobre a decolagem e as fases iniciais do voo. Um novo teste do HANBIT-Nano está em avaliação para o próximo ano, dentro de janelas já reservadas no CLA, condicionado à conclusão da investigação oficial e à implementação de ajustes técnicos.

Em nota, o fundador e CEO da Innospace, Kim Soo‑jong, destacou a complexidade do setor de lançamentos espaciais e pediu desculpas aos clientes. “O setor envolve milhares de variáveis em todas as etapas do processo. Os dados obtidos neste voo serão fundamentais para aumentar a confiabilidade das próximas missões”, afirmou.

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