Paralisação

6º dia de greve: 30 bairros seguem sem ônibus, e passageiros se viram para se deslocar na Grande São Luís

Desde cedo, trabalhadores e representantes do Sindicato dos Rodoviários permanecem mobilizados em frente à garagem da empresa 1001. A empresa Marina também está parada.

Imirante.com

Atualizada em 19/11/2025 às 06h52
Ônibus retidos na garagem da 1001, na Forquilha. (Foto: Juvêncio Martins/TV Mirante)

SÃO LUÍS - A paralisação dos rodoviários chegou ao sexto dia nesta quarta-feira (19), e duas empresas continuam sem operar, deixando cerca de 30 bairros sem ônibus na Grande São Luís. Sem alternativa, muitos passageiros têm recorrido a caronas, aplicativos e outros meios para conseguir chegar ao trabalho e compromissos diários.

Passageiros disputam por vaga em ônibus que chegam ao Terminal do São Cristóvão. (Foto: Juvêncio Martins/TV Mirante)

Desde cedo, trabalhadores e representantes do Sindicato dos Rodoviários permanecem mobilizados em frente à garagem da empresa 1001, cobrando avanços nas negociações.

O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão esteve presente em uma reunião nessa terça-feira (18), a convite do Presidente da MOB, Adriano Sarney, para discutir o impasse envolvendo os trabalhadores das empresas 1001 e Marina.

O presidente do Sindicato, Marcelo Brito, afirmou nas redes sociais que o subsídio estadual está em dia e criticou a postura dos empresários. “O subsídio não tá atrasado do Estado, nunca esteve, mas sempre o empresário fica inventando as coisas porque é diferenciado o pagamento nosso com o subsídio. Agora o subsídio do município, precisa alguém se pronunciar. Previsa alguém conversar conosco”, declarou.

Trabalhadores em greve em frente à garagem da 1001. (Foto: Juvêncio Martins/TV Mirante)

Veja as linhas de ônibus afetadas

O Expresso Marina opera com as seguintes linhas de ônibus: Vila Cascavel, Mato Grosso, Tajipuru, Tajaçuaba, Vila Vitória, Cajupary/Nova Vida, Vila Aparecida, Cidade Olímpica, Santa Clara, Socorrão Rodoviária, São Raimundo/Bandeira Tribuzzi, Uema Ipase, Janaína Riod, Cidade Operária/São Francisco, José Reinaldo Tavares, Maiobinha, Tropical/Santos Dumont, Tropical/São Francisco.

Cerca de 15 bairros são afetados com a greve na 1001, que foi iniciada na última sexta-feira (14). Veja quais:

1. Ribeira
2. Viola Kiola
3. Vila Itamar
4. Tibiri
5. Cohatrac
6. Parque Jair
7. Parque Vitória
8. Alto do Turu
9. Vila Lobão
10. Vila Isabel Cafeteira
11. Vila Esperança
12. Pedra Caída
13. Recanto Verde
14. Forquilha
15. Ipem Turu

Justiça intima SET a comprovar pagamentos para rodoviários

O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) intimou, nessa terça-feira (18), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) a comprovar, em até 48 horas, o pagamento integral dos salários e do auxílio-alimentação referentes ao mês de outubro de 2025.

A determinação foi feita pelo desembargador Luiz Cosmo da Silva Júnior, após o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sttrema) denunciar, nesta terça (18), o descumprimento da liminar que havia fixado reajuste de 7% nos salários e 10% no vale-alimentação.

No despacho, o magistrado classificou como “grave” a notícia de nova paralisação no sistema de transporte e afirmou que a ausência de pagamento pode representar o “esvaziamento completo da eficácia e do propósito” da decisão judicial que buscava pacificar o conflito e garantir a continuidade do serviço essencial.

O relator reforçou que a ordem liminar possui eficácia normativa e vincula todas as empresas representadas no dissídio.

O SET deverá apresentar documentos como contracheques ou comprovantes de transferência bancária. O relator citou expressamente as empresas obrigadas a comprovar os pagamentos: Transporte Marina Ltda., Expresso Rei de França Ltda. e Expresso Grapiúna Ltda.

A Justiça alertou que a falta de comprovação poderá resultar na fixação de uma nova multa diária, direcionada ao sindicato patronal, sem prejuízo de outras medidas coercitivas previstas no Código de Processo Civil. A penalidade estabelecida na liminar anterior - de R$ 100 mil - era restrita aos Rodoviários e não se aplica nesta fase do processo.

O despacho também determina que Rodoviários e Ministério Público do Trabalho tomem ciência da decisão.

O TRT-16 informou que segue acompanhando a situação com a urgência necessária, para assegurar o cumprimento das decisões judiciais, a proteção dos trabalhadores e a continuidade do transporte público na capital.

Justiça do Trabalho extingue ação da Prefeitura de São Luís sobre subsídio do transporte

A ação ajuizada pela Prefeitura de São Luís nesta segunda-feira (17) para depositar R$ 2 milhões referentes ao subsídio do transporte público foi extinta sem julgamento do mérito pela Justiça do Trabalho.

A decisão é da juíza Noélia Maria Cavalcanti Martins e Rocha, titular da 5ª Vara do Trabalho de São Luís, que reconheceu a incompetência funcional do juízo de primeiro grau para analisar questões relacionadas à greve do sistema.

Na ação de consignação, o Município alegou que buscava garantir o repasse dos valores destinados ao pagamento dos trabalhadores das empresas afetadas pela paralisação.

Porém, ao examinar o pedido em 18 de novembro, a magistrada concluiu que qualquer controvérsia envolvendo abusividade de greve, cumprimento de decisão liminar ou efeitos do dissídio coletivo deve ser tratada diretamente pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), e não por varas trabalhistas.

Com isso, o processo foi extinto sem resolução do mérito, e a Prefeitura não conseguiu efetivar o depósito judicial pretendido.

A decisão reforça que todas as questões relativas ao dissídio coletivo do transporte de São Luís - inclusive repasses, reajustes e obrigações das partes - seguem concentradas no TRT-16, onde o caso está em andamento.

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