SÃO LUÍS – Mesmo em meio a casos de homicídios, tentativas de homicídios e tiroteios na Grande São Luís registrados desde o início da semana, o secretário de Estado de Segurança Pública (SSP), Maurício Martins, disse que uma onda de fake news causou apreensão na população. Segundo o secretário, quem participa de campanhas de desinformação sobre a segurança comete crimes e será preso.
"Quem dissemina boatos falsos comete crime igualmente a essas pessoas envolvidas nessas ocorrências que envolvem brigas de faccionados. A Polícia está investigando, nós vamos fazer todos os levantamentos e, ao final, vamos prender quem estiver envolvido direta ou indiretamente nesses episódios", afirmou na manhã desta sexta-feira (24), durante entrevista ao telejornal Bom Dia Mirante.
A suspensão de aulas nas redes de ensino na rede pública e privada
Questionado sobre a recente suspensão de aulas em escolas e universidades da Grande São Luís, Martins disse não houve nenhum ataque em unidades de ensino e que mantém contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) sobre o assunto.
"Inexiste qualquer problema relacionado a presença de professores e alunos nas salas de aula. O que existe é uma onda de fake news trazendo terror para as pessoas, atrasando e atrapalhando as famílias, alunos, pessoas que precisam sair de casa para trabalhar ou qualquer outra atividade. O sistema de Segurança Pública está nas ruas. Reafirmo que não existe ocorrências em colégios para o fechamento dessas escolas", disse, prometendo a apuração de boatos.
Apesar disso, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) suspenderam suas aulas.
Martins afirma que o policiamento na Grande São Luís foi reforçado; secretário responsabiliza legislação
Durante a entrevista, o secretário afirmou que, após o reforço de policiamento feito pela pasta, mais de trinta pessoas foram presos na Ilha nos últimos dias. Contudo, Martins responsabilizou a legislação pela soltura de bandidos, afirmando que a lei é ‘falha’.
"Há muito tempo nós reforçamos o policiamento de São Luís e agora, diante dessas ocorrências, reforçamos mais ainda. Nos últimos dois meses, fizemos mais de duas mil prisões. Nos últimos dias, mais de trinta criminosos foram presos envolvidos com essas ocorrências. O sistema de Segurança trabalha, mas temos uma lei frágil no Brasil em relação a organizações criminosas. Nós não podemos mais prender e, no mesmo dia ou no dia seguinte, o criminoso estar solto em uma audiência de custódia, solto utilizando uma tornozeleira eletrônica ou em prisão domiciliar. O sistema de Justiça está preso a leis frágeis que protegem muito mais ações de criminosos do que o próprio cidadão", disse o secretário.
Martins: audiência de custódia libera criminosos muito rápido
Maurício Martins disse que, antes do ministro da Justiça do Governo Federal, Ricardo Lewandowski levar o projeto de lei antifacções para o Congresso, os secretários de segurança pública de todo o brasil se reuniram e encaminharam nove projetos de lei para o Congresso visando o endurecimento de penas e a discussão sobre a audiência de custódia - dispositivo que leva a pessoa presa diante de um juiz, com participação do Ministério Público, da Defensoria Pública ou do advogado. O juiz verifica se a prisão foi feita corretamente, decide se ela deve continuar ou se o preso pode ser liberado e checa se houve irregularidades.
"Um desses projetos trata sobre a audiência de custódia. Nós entendemos que é uma forma muito rápida de liberar o indivíduo que comete crime. O lugar de bandido é na cadeia e é lá que ele merece ficar", disse. "Nós estamos reforçando o policiamento de São Luís, Grande Ilha e Estado do Maranhão há muito tempo e vamos continuar. Temos duas operações da Polícia Militar denominadas Captura e Impacto. Essas duas operações agem em todo o Estado prendendo criminosos e os colocando na cadeia. Não permitiremos afronta à lei e ao cidadão de bem", afirmou Martins.
Governo investe na segurança pública do Maranhão, diz secretário
O secretário concluiu trazendo um balanço dos investimentos na segurança pública do Estado, reafirmando que a Polícia está nas ruas e cumprindo o seu papel.
“A Polícia está nas ruas. A Polícia Militar está fazendo o seu papel preventivo. A Polícia Civil está investigando, com o apoio do Serviço de Inteligência, que está fazendo os levantamentos. Já prendemos, nos últimos dias, mais de trinta pessoas envolvidas nessas ocorrências, e podem ter certeza de que mais criminosos serão presos. O Estado do Maranhão está fazendo os investimentos necessários, que não estavam sendo feitos há muito tempo – reformas de delegacias, investimentos em aquisição de viaturas e treinamentos de pessoal. O governador Carlos Brandão chamou todos os remanescentes do concurso da Polícia Militar, são mais de 1.400 policiais que já estão nas ruas; estamos formando agora a última turma, com 274 novos policiais militares, já fizemos a convocação de mais de 100 policiais civis, com 40 delegados, e investimentos no CTA, com cinco aeronaves divididas em cinco regiões de todo o Maranhão. O sistema de segurança tem investido, o governador tem compromisso com a segurança pública e, em razão desses investimentos e do compromisso dos nossos policiais, nós estamos avançando e prendendo criminosos, mas a legislação é falha e não beneficia o cidadão de bem, mas o indivíduo que pratica o crime”, disse.
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