DEPOIMENTO

Careca do INSS fica em silêncio e acusa relator de parcialidade na CPMI

Segundo Antunes, Gaspar o chamou de “ladrão do dinheiro de aposentados” em declarações anteriores, o que teria comprometido a imparcialidade da relatoria.

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Careca do INSS (Reprodução)

BRASÍLIA O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, permaneceu em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta quinta-feira (25) e acusou o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), de agir com parcialidade. Investigado pela Polícia Federal por supostamente operar um esquema de desvios em aposentadorias, Antunes disse que já foi “julgado e condenado” pelo parlamentar.

Acusações de parcialidade

Segundo Antunes, Gaspar o chamou de “ladrão do dinheiro de aposentados” em declarações anteriores, o que teria comprometido a imparcialidade da relatoria.

“Não responderei às perguntas do relator. Ele já me julgou e condenou sem me ouvir”, afirmou.

Mesmo diante da recusa, o deputado fez mais de 150 perguntas em 50 minutos, questionando desde visitas a parlamentares e ministros até a montagem da suposta estrutura criminosa na Previdência.

Confronto com foto e acusações graves

Gaspar exibiu uma foto de Antunes ao lado de diretores do INSS e do atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e insinuou a distribuição de propinas a servidores. O relator também quis saber se o empresário teve acesso prévio à operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que revelou o esquema.

O deputado chamou Antunes de “quadrilheiro” e o acusou de ser “autor do maior roubo aos aposentados e pensionistas da história do Brasil”, afirmando que ele “vai ser condenado e preso”.

Defesa e prisão preventiva

Em pronunciamento inicial, o Careca do INSS negou participação no esquema e classificou as denúncias como fruto de “mentira, inveja e calúnia”. Ele atribuiu a acusação a um ex-sócio “insatisfeito após tentativas frustradas de extorsão”.

Preso preventivamente desde 12 de setembro, Antunes é apontado como lobista e operador financeiro que teria movimentado R$ 24,5 milhões em cinco meses.

A Polícia Federal suspeita do pagamento de propinas a servidores para facilitar descontos fraudulentos em aposentadorias.

Em uma transação, teria repassado R$ 7,5 milhões a empresas ligadas à mulher de um ex-procurador do INSS.

Bate-boca e interrupção

A reunião da CPMI foi suspensa pela manhã após discussão entre parlamentares e o advogado de Antunes, Cleber Lopes. O criminalista reagiu quando Gaspar afirmou que ele era “pago com dinheiro roubado do povo brasileiro”. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pediu retomada da sessão em clima de respeito.

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