Promessa

"Careca do INSS" entregará documentos à CPMI do INSS

Empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS" negou fraudes e prometeu entregar documentos à comissão.

Ipolítica

Careca do INSS prometeu entregar documentos à CPMI (Reprodução)

BRASÍLIA - O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, negou nesta quinta-feira (25) todas as acusações que pesam contra ele e se comprometeu a enviar à CPMI do INSS cerca de 18 milhões de páginas de documentos referentes às suas empresas. Durante o depoimento, Antunes afirmou ser inocente e classificou a alcunha de “Careca do INSS” como uma “personagem criada por uma narrativa”.

Em sua fala inicial, o empresário afirmou estar disposto a cooperar com as investigações. Ele disse que pode encaminhar os documentos diretamente à comissão ou por meio da Polícia Federal, afirmou que o serviço contratado por associações de aposentados foi prestado de forma legítima e declarou que não tem ligação com supostas fraudes nem responsabilidade pelos descontos irregulares em benefícios.

“Com o poder que essa CPMI tem, siga o dinheiro. Não sou responsável por irregularidades nem tenho inteligência para o lado da bandidagem”, afirmou Antunes.

“Careca do INSS” fala sobre bens e política

Ao responder a parlamentares, o empresário negou a antecipação de informações sobre operações da Polícia Federal ou possuir carros de luxo, conforme reportagens apontaram. Ele também negou relações com parlamentares ou integrantes do governo e a suposta participação em negócios imobiliários avaliados em R$ 350 milhões.

Ele confirmou, no entanto, ter feito uma doação simbólica de R$ 1 ao ex-presidente Jair Bolsonaro e admitiu que recebeu procurações de associações de aposentados com poderes específicos.

Questionamentos levantados no depoimento do "Careca do INSS"

Parlamentares cobraram explicações sobre movimentações financeiras envolvendo empresas ligadas a Antunes:

  • O senador Sergio Moro (União-PR) afirmou que o caso representa o “maior roubo do INSS” e que houve pagamento suspeito de R$ 5 milhões.
  • O senador Fabiano Contarato (PT-ES) classificou o esquema como uma “roubalheira contra a população mais pobre”.
  • O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) disse que o depoente confessou práticas de monopólio abusivo, cartel, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

 

Governo Lula e Bolsonaro entram em debate sobre rombo no INSS

O depoimento também gerou embates políticos: Deputados da base governista afirmaram que o esquema teve origem no governo Bolsonaro e contou com omissão do ex-presidente.Senadores da oposição, como Rogério Marinho (PL-RN) e Marcio Bittar (PL-AC), responsabilizaram o governo Lula e compararam o caso a escândalos como mensalão e petrolão.

A CPMI do INSS, criada em agosto de 2025 e presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), é formada por 16 deputados e 16 senadores titulares, além dos suplentes. Os trabalhos devem prosseguir até março de 2026.

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