Jornalistas e pesquisadores da América Latina vão debater inteligência artificial e combate à desinformação em momentos de crise. O LatamChequea será realizado na universidade ESPM e é coordenado conjuntamente pela organização argentina de fact-checking Chequeado e pelos brasileiros Projeto Comprova, Aos Fatos, Lupa e Estadão Verifica.
Jornalistas que se dedicam à checagem de fatos na América Latina, nos Estados Unidos e na Espanha se reúnem a partir de hoje (27), em São Paulo, em evento da rede LatamChequea, que reúne 47 entidades de 21 países. Serão debatidos temas como riscos da inteligência artificial, combate à desinformação em momentos de crise e regulamentação das redes sociais.
A rede LatamChequea foi criada em 2014 pelo Chequeado, organização sem fins lucrativos da Argentina que trabalha com checagem e educação midiática. Neste ano, o 10º aniversário da iniciativa colaborativa latino-americana será celebrado no evento, sediado na universidade ESPM, sob a organização conjunta entre Chequeado e os brasileiros projeto Comprova, Aos Fatos, Lupa e Estadão Verifica.
Olivia Sohr, coordenadora do LatamChequea, destaca a importância de se enfrentar de forma conjunta os grupos que espalham desinformação nas redes. “Um evento como esse permite construir alianças e vínculos entre organizações que buscam enfrentar a desinformação e faz com que sejam mais efetivas em suas estratégias”, afirmou.
Além de jornalistas, pesquisadores acadêmicos e especialistas em tecnologia compartilharão experiências, desafios e perspectivas em conferências, oficinas e rodas de conversa. O encontro é co-financiado pela União Européia e tem apoio de Google News Initiative, International Fact Checking Network (IFCN), National Endowment for Democracy (NED) e a universidade ESPM. Também conta com apoio logístico da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).
Leia a seguir entrevista de Olivia Sohr:
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Quais serão os principais temas debatidos no evento do LatamChequea?
O encontro deve reunir cerca de 120 participantes, o mais numeroso desde que iniciamos a rede. Queremos que seja um espaço para debater as novidades do fact-checking, as tendências da desinformação e as melhores estratégias que os checadores estão implementando para combatê-la. Um dos temas centrais será a inteligência artificial. Por um lado, o efeito que tem sobre o ecossistema informativo, e por outro, as ferramentas que podem facilitar o trabalho. Também discutiremos alfabetização midiática e o que nós, verificadores, podemos fazer para que os cidadãos tenham melhores ferramentas para exercer o pensamento crítico frente aos conteúdos que circulam nas redes. Outros temas serão desinformação em momentos de crise; regulação de redes sociais, com exemplos bons e não tão bons de diferentes países; e como poderemos colaborar mais efetivamente para desenvolver tecnologia.
Neste ano, Brasil, México, Estados Unidos, Uruguai e Venezuela passaram por processos eleitorais, com o tema da desinformação sempre presente.
É muito importante para os checadores da região ter boas informações sobre o que ocorre nas eleições de outros países, já que, muitas vezes, elas marcam tendências do que depois ocorrerá localmente. Isso em relação ao tipo de desinformação que circula, os atores que as difundem e outros aspectos. Compartilhar esse conhecimento faz com que os checadores estejam mais bem preparados para quando essas ondas e táticas aparecerem.
Como o combate à desinformação pode ajudar a fortalecer a democracia da região?
As pessoas precisam ter acesso a informações de qualidade para participar da discussão democrática. Por isso, é essencial combater os efeitos da desinformação. Para enfrentar esse desafio, precisamos trabalhar de maneira colaborativa.
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