Julgamento

Déficit da Previdência gerou ressalva do TCE-MA a contas de Flávio Dino

Informação é do presidente da Corte de Contas maranhense, conselheiro Marcelo Tavare.

Gilberto Léda/ipolítica

Dino pode tentar retirar ressalvas em recurso so TCE maranhense (Rosinei Coutinho / SCO / STF)

SÃO LUÍS - O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA), conselheiro Marcelo Tavares, explicou nesta sexta-feira (26), o motivo que levou a Corte a fazer ressalvas quanto à prestação de contas do ex-governador Flávio Dino - hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) - referente ao exercício financeiro de 2021. O caso foi julgado pelos membros do TCE no último dia 17 de julho.

Durante entrevista ao programa Abrindo o Verbo, da Mirante News FM, o conselheiro informou que uma sequência de déficits anuais da Previdência do Estado do Maranhão resultaram nas recomendações.

“O Tribunal, às vezes, faz algumas considerações, digamos que sejam como se fosse um conselho para determinadas áreas. Então, especificamente nesse caso, é a questão do Fundo de Previdência dos Servidores do Estado do Maranhão. O Tribunal entende que pode haver uma gestão melhor dos recursos do Fundo. E aí eu posso falar porque eu estava no governo, na chefia da Casa Civil, eu fui deputado, fiscalizei isso durante muito tempo. Eu conheço muito essa situação. Ao longo dos anos, o Fepa [Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria] gasta mais do que arrecada. Então, obviamente que o dinheiro do Fundo de Previdência dos servidores vai diminuindo. Então, o Tribunal fez essas recomendações para que nós tenhamos uma melhor gestão desses recursos para tentar diminuir o desembolso do Orçamento anual do Estado para fazer frente ao pagamento de aposentados. Que de alguma maneira se encontre soluções que permitam que o fundo tenha a capacidade plena de fazer o pagamento de todos os aposentados. Hoje isso não acontece no Maranhão”", declarou.

“Hoje parte dos recursos que são advindos das contribuições, dos impostos, que deveriam ser usados para investimento, ou custeio, são usados para o pagamento dos servidores públicos aposentados”.

Segundo ele, de posse dessa informação, Dino “pode não fazer absolutamente nada”, já que as contas estão aprovadas, apesar das ressalvas, ou pode tentar retirar as observações provando que tomou medidas efetivas para evitar a baixa no caixa Fepa.

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“[De posse dessa informação, Flávio Dino] pode não fazer absolutamente nada, já que foi aprovado, ou tentar retirar as ressalvas, que é mostrando o que foi feito na gestão do Fepa para ir de encontro àquilo que o tribunal entende como necessário. Não é desvio de recurso, não é licitações mal feitas, não é nada disso. É no sentido de aconselhamento para que nos próximos anos isso não se repita”, completou.

Déficit bilionário - Ao longo da gestão do então governador Flávio Dino, o Fundo de Aposentadoria dos servidores Maranhão registrou uma série de balanços deficitários.

Dados do Relatório Resumido de Execução Orçamentária do 6º bimestre de 2018, por exemplo, apontaram para um rombo de R$ 582,9 só naquele ano.

Já em 2019, o Tesouro Nacional, ligado do Ministério da Economia, registrou um déficit de mais de R$ 1 bilhão nas contas da Previdência estadual.

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