SÃO LUÍS - Nesta sexta-feira (1º) a Vale e a Embrapa Cocais celebram uma parceria que viabilizará a transferência de tecnologias rurais desenvolvidas pela Embrapa, voltadas para a produção de alimentos na busca da segurança alimentar e nutricional. No total, serão beneficiadas 500 famílias do distrito de Maracanã, em São Luís, e outras 500 de comunidades quilombolas do município de Itapecuru-Mirim.
O projeto conta com a parceria do Instituto Formação e do Núcleo de Desenvolvimento Rural de Arari, os quais, juntamente com a Embrapa, realizarão a implantação das tecnologias e o acompanhamento das famílias beneficiadas.
De acordo com a Diretora de Investimento Social da Vale e Diretora-Presidente da Fundação Vale, Flávia Constant, faz parte das estratégias da empresa atuar também na causa do combate à pobreza extrema. Em 2021, a companhia assumiu o compromisso de apoiar a saída de 500 mil pessoas da situação de pobreza extrema até 2030.
“Entendemos a pobreza como um fenômeno multidimensional, que envolve a ausência de renda, mas, também, a negligência de outros direitos fundamentais. A insegurança alimentar e nutricional, ou a fome, talvez seja a dimensão mais urgente e perversa na agenda de enfrentamento à pobreza. Uma causa como essa exige uma atuação em rede, em parceria com empresas, comunidades, instituições sociais e, principalmente, com o poder público. Daí a importância deste momento, em que ampliamos a nossa parceria com a Embrapa, essa organização que tanto contribui para difundir a qualidade da ciência brasileira”, afirma a diretora.
Para o chefe-geral da Embrapa Cocais, Marco Bomfim, a parceria permitirá a expansão do uso das tecnologias sociais em benefício da população. “Agradecemos a essa parceria, que proporcionará que os sistemas desenvolvidos pela Embrapa, voltados para a produção de alimentos e o bem-estar, sejam utilizados e alcancem ainda mais famílias no estado do Maranhão”, diz o gestor.
Entre as tecnologias sociais desenvolvidas pela Embrapa voltadas para a produção de alimentos está o Sisteminha, conhecido nacional e internacionalmente por criar oportunidades para que o indivíduo possa se alimentar com o que produz, utilizando estruturas simples, e partilhar ou mesmo negociar seus produtos com vizinhos e a comunidade, ampliando benefícios econômicos e sociais. Ele se baseia na atividade de piscicultura, como motor de um sistema integrado para a produção de alimentos e, quando comparado com métodos tradicionais de cultivo, apresenta baixo consumo de água e energia elétrica.
Esse modelo sistêmico para produção integrada de alimentos permite disponibilizar para as famílias que o adotam, uma diversidade de alimentos de origem animal (peixes, ovos de galinha e codornas, frangos de corte, suínos, porquinhos da índia e outros) e vegetais e frutas diversas, ricos em carboidratos, proteínas, minerais e vitaminas.
Luiz Carlos Guilherme, pesquisador da Embrapa e criador da metodologia do Sisteminha, explica a tecnologia. “O Sisteminha é uma das tecnologias que será apresentada, fazendo uma interação com o que há de mais moderno na ciência na produção de alimentos e gerando, então, o suprimento de produtos que vão combater a fome das famílias mais pobres”, explica.
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