COLUNA
Estado Maior
Notas sobre a política local, regional e nacional.
Estado Maior

Estratégia de tirar liderança de Lula na esquerda levou a expulsão de Dino da política

Ricardo Capelli, Orlando Silva e outros nomes do PCdoB são vistos como "anti-petista e anti-Lula" porque tentaram criar o clima de que o presidente não tinha mais condições de liderar o campo da esquerda.

Ipolítica

Dino queria ser o novo líder da esquerda, mas acabou sendo visto como "anti-PT e anti-Lula" (Divulgação)

SÃO LUÍS - Era novembro de 2019 quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu da prisão. E logo que isto aconteceu, um movimento do PCdoB foi iniciado para tentar criar o clima de que a esquerda precisava se renovar e, para isto, o PT tinha que “passar o bastão”.

O movimento veio do Maranhão na certeza de que o clima esquentaria e a estratégia de elevar o então governador Flávio Dino (na época no PCdoB) como o novo líder da esquerda diante do desgaste de um Lula preso daria certo.

Foram muitas falas neste sentido. O nome que mais se mexeu neste sentido foi de Ricardo Capelli, ainda secretário executivo do Ministério da Justiça, com textos grandes sempre ressaltando a necessidade de uma campo de centro-esquerda no Brasil.

Até o irmão de Dino, Sálvio Dino Júnior, absorveu a tese e também correu para as redes sociais para dizer que o “PT não tem mais condições de hegemonizar a esquerda no Brasil”. Ele publicou isto nas redes em 9 de novembro de 2019.

De lá para cá, Lula mostrou que ele se manteve como principal líder do campo da esquerda conseguindo ser presidente pela terceira vez. Flávio Dino e toda a sua turma teve que aceitar o fato. Como aliado do próprio Lula, o ex-governador do Maranhão conseguiu comandar uma das pastas mais importantes do governo.

Continua após a publicidade..

Mas foi para lá contra a vontade do PT tanto que Lula dizia que Dino no Ministério da Justiça era por sua cota pessoal de indicações. Mas os petistas não aceitavam mesmo assim.

Quando Dino colocou Capelli como o segundo homem da pasta, foi ainda pior. Desde então, as pressões começaram. O PT não aceitava dois anti-petistas e anti-Lula num espaço tão nobre do governo.

Aquele ditado de que quem bate esquece e quem apanha, não, serve demais para o resultado desta estratégia de uma nova liderança da esquerda.

PT pressionou e resultado foi a expulsão de Flávio Dino da política com sua volta (contrariada, é claro) para o Poder Judiciário e a saída de Capelli do governo Lula. Os petistas não querem Dino e nem seu homem forte por perto tanto pelo que tentaram armar quanto pela pretensão de ser um futuro candidato a presidente.

As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.