REAÇÃO

Ministra Sônia Guajajara critica aprovação do marco temporal para demarcação de terras indígenas

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, condena a rapidez na aprovação do marco temporal e pede por um novo olhar sobre a questão.

Ipolítica

Atualizada em 28/09/2023 às 16h00
Sônia Guajajara ressaltou a importância de reconhecer os impactos das mudanças climáticas em escala global, afetando setores econômicos como o agronegócio. (Ipolítica)

BRASÍLIA - A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, criticou duramente a aprovação do projeto de lei que estabelece um marco temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil pelo Senado. Ela declarou que o Congresso precisa mudar sua perspectiva em relação a essa questão e parar de enxergar as terras indígenas como uma ameaça ao país e ao setor produtivo.

Guajajara expressou surpresa com a rapidez com que o Senado aprovou o projeto, desde sua análise na Comissão de Constituição e Justiça até a votação no plenário. Em entrevista ao Programa Estúdio I, da GloboNews, a ministra destacou a contradição nos discursos do Senado, que falam em tranquilidade e harmonia, mas, ao mesmo tempo, parecem incitar a violência e o conflito entre indígenas e não indígenas.

Ela também revelou ter tentado estabelecer canais de diálogo com a Câmara e o Senado, sem sucesso. Agora, a ministra acredita que é fundamental buscar um alinhamento, inclusive com o presidente Lula, para vetar os pontos do projeto que considera prejudiciais aos povos indígenas.

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Sônia Guajajara ressaltou a importância de reconhecer os impactos das mudanças climáticas em escala global, afetando setores econômicos como o agronegócio. Ela argumentou que os povos indígenas, apesar de serem os maiores guardiões da biodiversidade, estão entre os mais afetados por essas mudanças, afetando a agricultura e as lavouras. Guajajara está levando esse debate para o Congresso ao dialogar com parlamentares.

A ministra concluiu enfatizando a necessidade de falar a verdade sobre o marco temporal e rejeitar narrativas enganosas que afirmam que sua não aprovação permitiria que os indígenas tomassem cidades inteiras ou vilas, o que prejudica a sociedade e a pauta ambiental.

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