Negociações

MA tem R$ 3,5 bi em projetos para contrair empréstimos, diz Brandão

Governador confirma que Estado tem negociado com instituições financeiras.

Gilberto Léda/ipolítica

Atualizada em 26/09/2023 às 15h45
Brandão falou sobre empréstimos durante coletiva na Assembleia (Gilberto Léda/Grupo Mirante)

SÃO LUÍS - O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), confirmou nesta terça-feira (26) - após participar, na Assembleia Legislativa, da cerimônia de entrega do Plano Plurianual (PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) aos parlamentares - que o Executivo abriu negociações com instituições financeiras em busca de empréstimos para bancar investimentos no estado.

Segundo ele, o objetivo é garantir recursos para que o governo possa fazer mais do que apenas manter as secretarias em funcionamento e pagar os salários dos servidores públicos.

“Nós estamos organizando toda a burocracia para que a gente possa se habilitar a financiamentos. O Estado não pode viver apenas de custeio, ou seja, manutenção das secretarias. Então, a gente tem, desde janeiro, trabalhado intensamente nesse sentido e estamos negociando com várias entidades financeiras, para que a gente possa conseguir alavancar recursos, naturalmente elegendo as prioridades. É um processo que a gente deve finalizar até o final do ano", declarou.

Brandão afirmou, ainda, que o Maranhão negocia até mesmo com instituições internacionais - e citou nominalmente os Estados Unidos.

“A gente vem discutindo isso com várias instituições financeiras, inclusive internacionais. Há hoje uma grande oferta de recursos. Os Estados Unidos, por exemplo, têm poupança sobrando, querendo investir; investimentos de outros países, bancos estrangeiros. A gente está negociando”, completou.

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Ainda de acordo com o governador maranhense, já há projetos prontos para a captação de, pelo menos, R$ 3,5 bilhões. Mas o valor pode ser maior.

“De outubro  [de 2022] para cá, a gente fez um banco de projetos, porque o Estado não tinha projeto na prateleira. Qual foi o nosso exercício? Preparar projetos, porque, se não, a gente não consegue o dinheiro, não consegue liberar o recurso. Então, acho que a gente chegou aí a R$ 3,5 bilhões de projetos prontos. E as empresas continuam fazendo. A gente tinha uma empresa fazendo projetos, hoje nós temos três. Não quer dizer que isso [o recurso de R$ 3,5 bi] vai sair, pode sair até mais, mas eles [os projetos] têm que estar disponíveis para o Estado para que, na hora que for liberado [o recurso], a gente estar com o projeto na prateleira. O Estado tem capacidade financeira de se endividar, e a gente, naturalmente, vai atrás”, disse.

Debate - O debate sobre a situação financeira do Maranhão ganhou força há dois meses, quando o salário de julho acabou não sendo pago dentro do mês - algo que não ocorria há quase uma década.

Apesar disso, em entrevista ao Imirante, no início do mês de agosto, o governador em exercício do Maranhão na ocasião, Felipe Camarão (PT), garantiu que não havia possibilidade de atraso salarial.

Por outro lado, membros do governo já admitiam, antes da confirmação feita hoje por Brandão, que o Executivo vinha buscado formas de aumentar sua nota de crédito no Tesouro Nacional para viabilizar a aprovação de um empréstimo de, pelo menos, R$ 4 bilhões.

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