JUDICIÁRIO

Gilmar anula provas de investigação da PF sobre aliados de Lira

O ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou todas as provas de uma investigação da PF sobre compras de kits de robótica com dinheiro público envolvendo aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira.

Ipolítica

Atualizada em 23/09/2023 às 17h58
Decisão do ministro beneficia presidente da Câmara Federal. (Reprodução)

BRASÍLIA - O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), anulou na quinta-feira (21/9) todas as provas de mais de oito meses de investigações da Polícia Federal sobre compras de kits de robótica com dinheiro público envolvendo aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Gilmar já havia anulado, em julho, tudo que se relacionava a Lira. Ele evitou com isso que o tema fosse levado a julgamento de outros ministros do tribunal.

Agora estendeu também de maneira individual esse benefício a todos os investigados, o inclui empresários ligados a Lira, seu assessor mais próximo, um vereador de Maceió, pessoas apontadas como laranjas, um ex-funcionário do MEC (Ministério da Educação) e operadores.

A investigação teve início após a Folha publicar, em abril de 2022, reportagens que indicavam irregularidades na compra de kits robótica por cidades de Alagoas. Todas as prefeituras tinham contratos com uma mesma empresa de Maceió, a Megalic, de uma família próxima de Lira.

As compras ocorreram com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), liberado em velocidade incomum. Os recursos eram vinculados a emendas de relator, parte bilionária do orçamento que era controlada por Lira.

Com a decisão de Gilmar Mendes, foram anuladas todas as evidências documentais, gravações, apreensões de documentos e dinheiro vivo colhidas pela PF ao longo de mais de oito meses de investigações.

A PF começou a apuração ao rastrear transações financeiras milionárias entre donos da empresa de robótica e outras pessoas. Dessa forma, chegou a operadores filmados em entregas de dinheiro na casa de um assessor de Lira e a apreensão de um cofre lotado de dinheiro.

O cofre, com R$ 4,4 milhões, estava no endereço de um policial civil. No nome dele há uma picape usada no delivery de dinheiro ao assessor do político e que também havia sido utilizada na campanha de Lira.

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