Conselho de Ética

Parecer que pede arquivamento de denúncia contra Jerry ainda não foi votado

Parecer preliminar assinado pelo relator Ricardo Maia (MDB-BA) seria apreciado na semana passada, mas Jerry precisou ser submetido a uma cirurgia e votação foi adiada.

Ipolítica

Márcio Jerry é alvo de pedido de cassação de mandato na Câmara (Márcio Jerry)

SÃO LUÍS - O parecer preliminar do deputado Ricardo Maia (MDB-BA), que recomenda o arquivamento da representação contra o deputado federal maranhense, Márcio Jerry (PCdoB), ainda não foi votado no Conselho de Ética da Câmara Federal. 

Alvo de um pedido de cassação de mandado por quebra de decoro, Jerry é acusado pelo PL de ter cometido importunação sexual contra a deputada de Santa Catarina, Júlia Zanatta (PL). 

Na ocasião da acusação de importunação sexual, Jerry encostou por trás em Zanatta e cochichou algo em seu ouvido no momento em que ela discutia com a deputada Lídice da Mata (PSB), durante uma conturbada audiência com o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB).

Zanatta protestou contra Jerry pela ‘encostada’ durante a audiência. A cena foi flagrada por outros deputados. Jerry deixou o local rapidamente, e seguiu em direção a aliados.

Depois da forte repercussão do caso, quando imagens da cena passaram a circular nas redes sociais, Jerry negou ter importunado a deputada, classificou a denúncia de absurda e se colocou na posição de vítima de “uma armação” feita pela parlamentar. 

Apesar disso, a procuradora da República Raquel Branquinho Nascimento, coordenadora do grupo de trabalho Violência Política de Gênero, encaminhou uma representação ao procurador-geral da República, Augusto Aras, pedindo a abertura de investigação contra Márcio Jerry por possível crime de violência política de gênero praticado contra a deputada Júlia Zanatta.

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Adiamento

No mês de julho o parecer do Ricardo Maia foi apresentado ao colegiado. Ele sugeriu o arquivamento. No relatório, o emedebista afirmou que apesar de existirem imagens com a materialidade dos fatos narrados pelo PL na ação, não há conduta que afronte o decoro.

“Após detida análise dos fatos narrados na exordial, entretanto, conclui-se que não há justa causa a autorizar o prosseguimento do presente feito. Realizada a análise da peça principal, infiro que, apesar de a autoria e a materialidade dos fatos declinados na representação estarem demonstrados pelas imagens capturadas no mencionado evento, a conduta descrita não configura afronta ao decoro parlamentar”, pontuou o relator. 

O parecer de Maia iria ser votado na semana passada. Jerry, contudo, precisou ser submetido a uma cirurgia de emergência, e o relatório não foi incluído na pauta.

A expectativa é de que na próxima reunião do colegiado, haja uma definição sobre o caso. 

Júlia Zanatta tem protestado contra o relatório de Maia. Na última reunião do Conselho de Ética ela levou uma foto que registra o momento da encostada por trás de Jerry, e falou em violência contra a mulher. 

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