Observatório funciona?

Vídeo: Yglésio cobra atuação de Flávio Dino após segurança de Maduro agredir jornalista

Yglésio comentou agressão contra a jornalista Delis Ortiz, da TV Globo, levou um soco no peito por um dos seguranças do ditador Nicolás Maduro durante entrevista coletiva.

Ronaldo Rocha e Gilberto Léda / Ipolítica

Atualizada em 31/05/2023 às 11h20

SÃO LUÍS - O deputado estadual Yglésio Moyses (PSB) cobrou do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), um posicionamento público a respeito da agressão sofrida por jornalistas durante entrevista do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília. 

A repórter da TV Globo, Deliz Ortiz levou um soco no peito quando tentava se aproximar de Maduro na entrevista. Outros profissionais de comunicação foram agredidos na ocasião. Um tumulto foi formado e protestos de comunicadores se formou, na ocasião. 

Yglésio lembrou que Flávio Dino costuma comentar todo tipo de assunto nas redes sociais e em entrevistas, mas silenciou diante da agressão de seguranças de Maduro contra jornalistas brasileiros, em território nacional. 

O caso encerrou de forma turbulenta e com desgaste, a polêmica agenda do ditador Nicolás Maduro com o presidente Lula (PT) no Brasil.

Lula defendeu laços diplomáticos com a Venezuela e disse que todas as acusações que pesam contra Maduro - sobretudo no que diz respeito aos crimes e violações aos direitos humanos -, são apenas narrativas criadas pela mídia e por outras nações.

“Eu pergunto: onde está o tal observatório de proteção aos jornalistas, contra a violência política aos jornalistas que iria atuar nesses casos como o da agressão contra a jornalista Delis Ortiz? Pode comentar o Big Brother [Flávio Dino], comenta o Campeonato Brasileiro, mas não comenta a agressão a jornalista que foi desrespeitada por um transnacional em território nacional”, disse Yglésio.

E completou: “É esse o tipo de soberania que nós vamos ter? É esse o tipo de ação de proteção das instituições nacionais que o Ministério da Justiça vai ter? Chega aqui um assessor do presidente de uma ditadura; bate numa jornalista, cai no chão, agride outro e o Ministério da Justiça bota o rabinho entre as pernas e fica caladinho?”, pontuou.

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Defendeu a agenda

Flávio Dino não comentou a agressão sofrida por jornalistas. Mas, em seu perfil em rede social, ele defendeu a agenda do presidente Lula com o ditador venezuelano.

“Está na Constituição Federal: A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. O presidente @LulaOficial está cumprindo tal dever constitucional”, resumiu.

O posicionamento também foi alvo de inúmeras críticas. Ativo nas redes sociais, ele optou por não responder a nenhuma delas. 

Saiba Mais

No mês de fevereiro deste ano o ministro Flávio Dino instituiu o "Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores Sociais", conforme portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU). O ato estabeleceu a sistemática de atuação do novo órgão da pasta.

A portaria publicada apontava como competências do Observatório: monitorar casos de condutas violentas contra jornalistas e comunicadores sociais; apoiar as investigações relacionadas ao assunto; criar e manter banco de dados com indicadores sobre atos de violência contra jornalistas e comunicadores sociais; e sugerir a adoção de políticas públicas voltadas à garantia do pleno gozo das funções dos jornalistas e comunicadores sociais, em articulação com as demais áreas competentes.

Foi justamente a respeito desse observatório a cobrança de Yglésio Moyses.

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