SÃO LUÍS – Sem acordo, a greve dos rodoviários chega ao quarto dia, nesta sexta-feira (28), em São Luís. Apenas as linhas do sistema semiurbano, que atendem os municípios da Região Metropolitana e representam apenas 30% da frota total da Grande Ilha, estão circulando.
Na tarde dessa quinta-feira (27), uma audiência de mediação foi realizada no Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT-MA). Segundo o MPT-MA, as negociações avançaram, mas ainda não foi possível chegar a um acordo definitivo entre Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) e poder público, representado pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT).
Segundo o Sttrema, enquanto esse impasse não for resolvido, ou seja, até que SET e SMTT não cheguem a um acordo, que garanta a regularização do pagamento dos salários dos trabalhadores que atuam no transporte urbano, a greve dos rodoviários no município de São Luís vai continuar.
Sistema semiurbano
Na manhã desta quinta, voltaram a circular os ônibus do sistema semiurbano, na Grande São Luís. As linhas do semiurbano correspondem a 30% da frota total de ônibus na Grande Ilha e atendem os municípios de Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar.
A decisão de retomar a circulação das linhas de ônibus do semiurbano foi tomada após uma reunião realizada na tarde de quarta-feira (26), entre representantes da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), SET e Sttrema.
Greve dos rodoviários
A paralisação no transporte público da Grande Ilha foi confirmada pelo Sindicato dos Rodoviários após audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT), realizada na tarde de segunda-feira (24), e iniciada na manhã desta terça-feira (25). A categoria reivindica a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho feita no início de 2023 para que haja um reajuste salarial de 7%.
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De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, o objetivo do encontro foi tentar fazer com que o SET cumprisse o acordo firmado com os rodoviários e assinasse a Convenção Coletiva de Trabalho, que garante os direitos dos trabalhadores, mas as empresas alegaram que não têm caixa para garantir os salários deste mês. Ainda de acordo com o SET, a situação chegou a esse ponto devido a falta dos subsídios que vinham sendo repassados pelo município de São Luís e Governo do Maranhão, que regulamentam, respectivamente, o transporte urbano e semiurbano na Região Metropolitana de São Luís.
Na mediação no MPT, o município de São Luís e o Governo do Maranhão foram representados pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e pela Agência de Mobilidade Urbana (MOB). Ambos não deram qualquer posicionamento sobre quando irão regularizar os repasses dos referidos subsídios, e, com isso, o SET reafirmou que nestas condições, não assinaria a Convenção Coletiva de Trabalho.
"O SET lamenta essa postura dos entes públicos, mas continuará envidando todos os esforços para a regularização imediata dos serviços, conclamando o Sindicato dos Motoristas para que não paralisem os serviços, evitando transtornos para milhares de pessoas da sociedade e usuários do transporte público", diz a nota divulgada pelo SET após a mediação
Ilegal
A Justiça do Trabalho considerou ilegal a paralisação de 100% dos serviços do transporte público. O desembargador José Francisco de Carvalho Neto atendeu, em partes, pedido da Prefeitura de São Luís contra os sindicatos dos Rodoviários e das Empresas determinando que 70% da frota continue funcionando com uma multa diária de R$ 50 mil caso haja desobediência.
Transporte alternativo
Os usuários de ônibus que precisam ir ao trabalho ou a outros compromissos muitas vezes recorrem ao transporte alternativo, como vans, mototáxi, táxis lotação ou carros de aplicativos. Esta última opção acaba se tornando bem pesada no bolso do trabalhador que até então estava pagando apenas pela passagem de ônibus.
Quem trabalha com transporte de passageiros, seja por moto ou carro, vem lucrando. Enquanto quem precisa, já se preocupa com os prejuízos.
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