Prejuízo

Paralisação de ônibus obriga população a pagar mais caro com transporte alternativo

A classe dos rodoviários permanece hoje de braços cruzados. A Justiça do Trabalho considerou a greve ilegal.

Imirante.com

Atualizada em 26/04/2023 às 09h01
Usuários do transporte público buscam alternativa na região da Deodoro, no Centro. (Foto: Nice Ribeiro/TV Mirante)

SÃO LUÍS – Pelo segundo dia consecutivo, a capital amanheceu sem ônibus circulando nas ruas, e não há nenhuma reunião de mediação prevista para a manhã desta quarta-feira (26), segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (Sttrema), Marcelo Brito.

Os usuários de ônibus que precisam ir ao trabalho ou a outros compromissos muitas vezes recorrem ao transporte alternativo, como vans, mototáxi, táxis lotação ou carros de aplicativos. Esta última opção acaba se tornando bem pesada no bolso do trabalhador que até então estava pagando apenas pela passagem de ônibus.

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Quem trabalha com transporte de passageiros, seja por moto ou carro, vem lucrando. Enquanto quem precisa, já se preocupa com os prejuízos.

Motoristas de carrinhos lucram diante da greve. (Foto: Reprodução/TV Mirante)

Greve de rodoviários

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A classe dos rodoviários permanece hoje de braços cruzados. De acordo com o Sttrema, as negociações para assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho não avançaram, enquanto o Sindicato das Empresas alega que está aguardando os repasses financeiros da Prefeitura de São Luís e do Governo do Maranhão para efetuar o pagamento aos rodoviários.

A Prefeitura de São Luís, por sua vez, disse que vai aguardar o cumprimento da Justiça do Trabalho, que prevê a circulação de 70% da frota de ônibus na Grande Ilha, e ressaltou que está aberta ao diálogo. Em entrevista ao Bom Dia Mirante, da TV Mirante, o secretário municipal de Trânsito e Transporte de São Luís, Diego Rodrigues, afirmou que a prefeitura não fará repasses aos empresários até que haja garantias que os acordos de melhoria do transporte serão cumpridos. Já o Governo do Maranhão, por meio da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), falou que as negociações estão avançadas e aguarda logo uma solução para o problema.

Paralisação

A paralisação no transporte público da Grande Ilha foi confirmada pelo Sindicato dos Rodoviários após audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT), realizada na tarde de segunda-feira (24), e iniciada na manhã desta terça-feira (25). A categoria reivindica a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, o objetivo do encontro foi tentar fazer com que o SET cumprisse o acordo firmado com os rodoviários e assinasse a Convenção Coletiva de Trabalho, que garante os direitos dos trabalhadores, mas as empresas alegaram que não têm caixa para garantir os salários deste mês. Ainda de acordo com o SET, a situação chegou a esse ponto devido a falta dos subsídios que vinham sendo repassados pelo município de São Luís e Governo do Maranhão, que regulamentam, respectivamente, o transporte urbano e semiurbano na Região Metropolitana de São Luís.

Na mediação no MPT, o município de São Luís e o Governo do Maranhão foram representados pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e pela Agência de Mobilidade Urbana (MOB). Ambos não deram qualquer posicionamento sobre quando irão regularizar os repasses dos referidos subsídios, e, com isso, o SET reafirmou que nestas condições, não assinaria a Convenção Coletiva de Trabalho.

"O SET lamenta essa postura dos entes públicos, mas continuará envidando todos os esforços para a regularização imediata dos serviços, conclamando o Sindicato dos Motoristas para que não paralisem os serviços, evitando transtornos para milhares de pessoas da sociedade e usuários do transporte público", diz a nota divulgada pelo SET após a mediação

Ilegal

A Justiça do Trabalho considerou, no início da madrugada nesta terça-feira (25), ilegal a paralisação de 100% dos serviços do transporte público. O desembargador José Francisco de Carvalho Neto atendeu, em partes, pedido da Prefeitura de São Luís contra os sindicatos dos Rodoviários e das Empresas determinando que 70% da frota continue funcionando com uma multa diária de R$ 50 mil caso haja desobediência.

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