Em meio a divergências, Brandão e Dino sabem da necessidade política um do outro
Governador do Maranhão e ministro da Justiça sabem que precisam engolir as diferenças, no momento, para evitar que oposição apareça com força no Maranhão atrapalhando, assim, planos futuros para 2026.
SÃO LUÍS - Depois das disputas por espaço de poder no Maranhão (a exemplo da Famem e da mesa diretora da Assembleia Legislativa), os ânimos políticos no estado ficaram menos tensos. Os dois líderes de um grupo só - governador Carlos Brandão e o ministro da Justiça Flávio Dino (ambos do PSB) - até sentaram a mesma mesa para tentar retomar o diálogo.
Mas não foi por vontade própria de cada um que o diálogo (muito tímido ainda) foi retomado. A Brandão, aliados mais conciliadores disseram ser necessária uma reaproximação devido a influência nacional de Dino no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também pelas relações próximas com a direção nacional do PSB e também de outros partidos, que são da base de apoio de Carlos Brandão.
“A hora é de calmaria”, disseram alguns aliados próximos, que aconselharam a busca pela volta do diálogo com o ex-governador.
Para Flávio Dino, os conselhos foram semelhantes. Preocupado com os rumos do governo, o ministro da Justiça por mais de uma vez reclamou de seu ex-vice-governador. Disse que a lealdade - que pautou o argumento de Dino para escolher Brandão em 2022 - não estava mais sendo percebida.
Mesmo com todo rancor, Flávio Dino ouviu os conselhos de que o resultado da gestão atual poderá atingi-lo assim como outros aliados e, por isso, o mais certo é ajudar mesmo. Nada de fechar portas.
A Dino foi dito que, como fiador eleitoral de Carlos Brandão, o rompimento com as críticas, consequentemente, somente fortalecerá adversários, não de Brandão, mas os de Dino - que por sinal, não são poucos quando se fala da classe política. Governo de José Reinaldo Tavares foi o exemplo dado ao ministro para lembrar como se sucedeu a história política recente do Maranhão quando há um rompimento.
Como ambos só perdem com um possível rompimento, os dois decidiram esperar mais um pouco e tentar conviver sem que o clima volte a ser tenso na relação entre os aliados.
Mas o momento de trégua não sigfinica a paz e a volta à relação harmoniosa de abraços e afagos como antes. Basta observar Brandão e Dino na vinda do presidente Lula ao Maranhão no fim de semana passado. “Nada de sorrisos, mas mostraram que não são adversários”, resumiram os aliados tanto do governador quanto de Dino.
Recuo
Flávio Dino, mesmo após o encontro, ainda reclama do goevrnador Carlos Brandão, mas já admite que não quer confusão (pelo menos pública).
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Na verdade, o ministro da Justiça está olhando também para as eleições de 2024 e recuando em relação aos acordos não cumpridos para não prejudicar aliados nas disputas do próximo ano.
Carlos Brandão, por sua vez, deu demonstrações que não quer briga e sentou para falar dos próximo pleito em tom de que é necessário união para chegar a vitória nos 10 maiores municípios do Maranhão.
Outra preocupação
Além das eleições de 2024, Flávio Dino também se preocupa com a situação do governador interino do estado, Felipe Camarão (PT).
A ideia de ter Camarão como secretário de Educação foi a opção encontrada para não deixar o petista isolado dentro de um governo que quer dinistas distantes.
Felipe, por sua vez, cumpre seu papel de vice-governador e auxiliar de primeiro escalão de Brandão mostrando que é digno de confiança do chefe do Palácio dos Leões. E, para além destes papéis, Camarão também é um dos principais interlocutores entre Dino e Brandão. Um dos bombeiros do grupo, na verdade.
Aposta
Outra aposta de Dino e seus aliados de frente é de que a situação confortável do governador Carlos Brandão não dure pelos 4 anos.
Manter um grupo heterogênio e grande unido com as eleições municipais bem no meio, não é uma tarefa fácil.
As condições financeiras do estado também podem falar muito sobre manter a situação sem uma oposição de fato.
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