Justiça

Acusados da morte do líder indígena Paulino Guajajara vão a júri popular no Maranhão

Líder indígena foi morto em 2019, na Terra Indígena Araribóia.

Imirante.com

Atualizada em 14/04/2022 às 09h38
Paulino Guajajaras era uma das principais lideranças indígenas. (Foto: divulgação)

SÃO LUÍS – Vão a júri popular os dois homens acusados da morte dos indígenas Paulo Paulino Guajajara, que era uma das lideranças da etnia, e Márcio Gleik Moreira, além da tentativa de homicídio contra o indígena Laércio Sousa Silva. A decisão foi proferida pelo juiz substituto da 1ª Vara Criminal Federal do Maranhão, Luiz Régis Bomfim Filho.

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Os acusados, identificados como Antonio Wesly Nascimento Coelho e Raimundo Nonato Ferreira de Sousa, se tornaram réus após uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF). Os dois vão responder por homicídio qualificado por motivo fútil e eventual emboscada contra o líder indígena Paulino Guajajara e Márcio Gleik Moreira, agravado pela ofensa à comunidade indígena.

Os dois homens também vai responder pela tentativa de homicídio por suposto motivo fútil e emboscada contra o indígena Laércio Sousa Silva, com agravante de ofensa indígena. Além disso, os réus também irão a júri popular pela posse arma ilegal de fogo.

Morte de Paulino Guajajara

O crime aconteceu há três anos, no dia 1º de novembro de 2019, na Terra Indígena Araribóia, próximo ao Município de Bom Jesus das Selvas (MA), região é marcada por conflitos entre indígenas e não índios, em sua maioria, em razão de exploração ilegal madeireira.

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De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Antonio Wesly e Raimundo Nonato tiveram um embate contra o indígena Paulino Guajajara e Márcio Gleik tinham a intenção de matar.

Os acusados, que portavam arma de fogo ilegal, e tentaram surpreender e impossibilitar a defesa das vítimas. Antonio Wesly e Raimundo Nonato ainda tentaram praticar o homicídio contra Laércio Sousa Silva.

Investigações


Inicialmente, o caso foi investigado pela Polícia Federal (PF). A denúncia foi formalizada pelo MPF. Para o MPF, os crimes contra a vida foram agravadas por terem atingido a comunidade indígena, uma vez que foram cometidos contra aqueles que lá estavam para proteger a terra e cultura indígenas.

Além disso, foram cometidos também por motivo fútil, com a finalidade de reaver uma motocicleta, e por motivo que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista o elemento surpresa destacado no contexto em que foram efetuados os disparos de arma de fogo.

No entendimento do MPF, as condutas criminosas amedrontaram toda a comunidade indígena, uma vez que as vítimas, Paulino Guajajara e Laércio Guajajara, eram conhecidas como integrantes do grupo denominado “guardiões da floresta”.

Os crimes contra eles foram realizados por exercerem o papel de protetores da comunidade, uma vez que ocupavam, na época, proeminente papel de liderança. Ficou evidenciado, assim, o interesse federal inerente aos crimes, já que foi atingido o território e o modo de vida dos indígenas da Reserva Araribóia.

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