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Flávio Dino faz sua escolha, mas aliados não aceitam

Governador reuniu representantes de 13 partidos de sua base de apoio para anunciar preferência pessoal pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB), mas acabou não convencendo todos pelo apoio à pré-candidatura do tucano

Imirante

Atualizada em 02/05/2023 às 23h37
Flávio Dino falou, nas redes sociais, de sua preferência por Brandão, mas deu mais tempo para aliados deliberarem (Reprodução/redes sociais)

Depois de uma expectativa grande sobre a esperada escolha do nome do governador Flávio Dino (PSB) para a disputa pelo Palácio dos Leões no próximo ano, pouco se avançou na reunião que o socialista fez com aliados de 13 partidos.

Logo no início da reunião, Flávio Dino falou de sua preferência pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB) por “ser o candidato natural” ao governo. Mesmo expressando sua preferência, Dino usou a democracia para justificar sua posição, ou seja, deu mais dois meses para os aliados -que não são mais tão aliados assim – se posicionarem sobre sua proposta de apoio a Brandão.

Na prática, na mudou no grupo dinista. A preferência por Carlos Brandão, Flávio Dino já vinha demonstrando a cada evento oficial que os dois estavam juntos.

Os aliados de Carlos Brandão esperavam, na verdade, que Flávio Dino o anunciasse como o seu candidato ao governo e “despachasse” os que não quisesse acompanhar a decisão. Leia-se como despachar, tirar os espaços políticos no governo e consolidar o racha que vem se desenhando desde a disputa pela Prefeitura de São Luís em 2020.

Mas Dino preferiu dá mais tempo e tentar manter o seu grupo unido. Fica a dúvida quanto a estratégia do governador. Será que os ainda aliados deram esperança de mudar o curso do foguete e aderir a ideia proposta por Flávio Dino?

Ou será que a preferência do governador pode mudar em janeiro de 2022 se a maioria não aceitar sua sugestão para a disputa pelo governo estadual no próximo ano?

Na reunião desta segunda-feira, 29, ficou claro que a maioria dos aliados não aceitou a preferência pessoal de Dino para as eleições do próximo ano.

Sem recuo

A decisão de Flávio Dino agradou, na verdade, o senador Weverton Rocha (principalmente ele que não recuou da decisão de ser o candidato do grupo) e os secretários Felipe Camarão (PT) e Simplício Araújo (SD).

Os dois últimos já anunciavam que o ideal para o grupo dinista seria deixar a decisão para o próximo ano.

Na reta final com a sinalização de que o martelo a favor de Carlos Brandão seria batido, Weverton Rocha passou a defender o adiamento da decisão também.

Mais tempo

Flávio Dino não deixou Carlos Brandão desamparado. Ele manifestou oficialmente sua preferência pelo tucano.

O que os palacianos dizem é que este tempo a mais que Flávio Dino concedeu aos aliados é o período que ele mesmo precisa para trazer aliados “desunidos” de volta.

Dino já tinha iniciado as conversas (que foram mais intensas neste último fim de semana) para manter o máximo de sua base unida em 2022.

Grupo unido

Sobre as conversas do fim de semana, a reunião no Palácio dos Leões deixou claro que não houve grandes defecções do subgrupo do senador Weverton Rocha.

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Na saída da reunião da segunda-feira, 29, o pedetista fez questão de ressaltar que na reunião ele tinha deputados federais e estaduais, a senadora Eliziane Gama (Cidadania) e também o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), ao seu lado.

A fala de Rocha deixa claro que ele manteve os aliados mais próximos junto do seu projeto político para 2022.

Mesmo com o anúncio de preferência pela candidatura de Carlos Brandão, Flávio Dino não convenceu o seu grupo para unir forças para 2022.

A expectativa agora é que Brandão mude de partido – deixou o ninho tucano e vá para o PSB – e assim consiga o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu PT.

Esta possível saída de Carlos Brandão do PSDB já tem até justificativa que é o resultado das prévias tucanas a favor do governador de São Paulo, João Dória, para a disputa pela Presidência da República.

Útil e agradável

Carlos Brandão havia anunciado que estava apoiando o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

O tucano foi até Brasília votar nas prévias do primeiro fim de semana para garantir vitória do aliado.

Mas como não veio, Carlos Brandão vai unir o útil ao agradável e deixar o PSDB e buscar um partido que ele consiga ter o PT ao seu lado no Maranhão.

Redes sociais

Logo após o encontro, os outros três pré-candidatos do grupo dinista reafirmaram suas posições de manter a caminhada na disputa pelo Palácio dos Leões.

Simplício Araújo – que não reunião não quis recuar de sua posição quanto pré-candidato – disse que mantém sua posição e que a reunião vai ser avaliada pelo Solidariedade.

A mesma postura teve Felipe Camarão que disse que segue sua caminhada e que a Executiva estadual petista vai avaliar o encontro do grupo dinista e a posição de Flávio Dino.

E mais:

- Nas redes sociais, Weverton Rocha reafirmou sua candidatura ao governo estadual e falou em diálogo em busca da unidade do grupo de Flávio Dino.

- A primeira pessoa a levantar a divergência quanto a postura de Flávio Dino foi a senadora Eliziane Gama que disse discordar da escolha e pediu que os aliados tivessem tempo para deliberar.

- Até o secretário de Cidades, Márcio Jerry, concordou com o tempo a mais para definição de candidatura do grupo. O comunista, no entanto, garantiu que apoia a decisão do governador lFávio Dino.

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