Problema recorrente

Raio X: falta d' água ainda é problema frequente em bairros de São Luís

O Imirante.com faz um raio x dos principais pontos da Grande Ilha, onde problemas de água mais são registrados.

Adriano Soares / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h13
Baldes e vasilhas fazem parte da rotina de moradores de muitos pontos de São Luís. (Foto: Biaman Prado / O ESTADO)

SÃO LUÍS – A água é um dos recursos mais preciosos do planeta. Ela é indispensável para a manutenção da vida humana. Entretanto, esse líquido, por mais básico que seja, não está disponível para todos, pelos mais diversos motivos. Em São Luís, a falta d’água é um problema antigo, muitos bairros da capital maranhense sofrem com o abastecimento precário há anos. Hoje, no Dia Mundial da Água, o Imirante.com faz um raio x dos principais pontos da Ilha, onde problemas de água mais são registrados.

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Sistemas de abastecimento

São Luís é abastecida por três sistemas interligados: Italuís, Sacavém/Batatã e Paciência, além de Estações de Tratamento de Água Convencional (Italuís e Sacavém), duas Estações de Tratamento de Água com Fluxo Ascendente (Paciência I e II) e 285 poços tubulares profundos.

O Italuís é o sistema que fornece água para grande parte da capital maranhense, cerca de 60% da cidade. Ele faz a captação do rio Itapecuru, nas proximidades de Rosário, e, por meio de tubulação, trás a água até São Luís.

Por conta de frequentes rompimentos na adutora do Italuís, por vezes, o problema já corriqueiro se torna ainda pior para a população que depende da água vinda desse sistema. Após um dos rompimentos, cerca de 150 bairros de São Luís ficaram sem água por alguns dias.

Pontos

De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão, os locais onde os problemas de falta de água mais são registrados são nas áreas mais altas da cidade, por causa da vazão hídrica e, por vezes, da estiagem que atingem reservatórios, como o do Batatã, por exemplo.

No bairro Monte Castelo a situação é frequente. Por lá, os moradores já convivem há cerca de 10 anos com a falta d’água. Por conta disso, alguns reclamam de terem gastos extras com a compra de água em carros pipas ou por galões.

Em entrevista ao jornal O Estado do Maranhão no dia 11 de janeiro desde ano, os moradores relatam suas insatisfações com o problema de falta d’água no bairro.
“A gente sofre com a situação de falta d’água não é de hoje, mas há muito tempo. A Caema fez um poço artesiano que não serviu de nada, e mesmo tendo ciência disso não se empenhou em fazer mais nada por nós, moradores afetados com esse problema. Água é tudo, todo mundo sabe disso”, ressaltou o vigilante Geovane Costa. “O abastecimento de água no bairro é como nos outros: um dia sim, outro não. Mas às vezes não vem de jeito nenhum. Já para quem mora na parte mais alta, não vem é de jeito nenhum, a não ser com o auxílio de bomba, que custa mais que o dobro, se somado com a conta de água, que é regular”.

Água dia sim, dia não

“Aqui na rua dá água dia sim, outro não”. Com certeza que mora em São Luís já ouviu essa frase. Mas é que é essa a realidade de muitos bairros da capital maranhense, principalmente aqueles mais próximos ao Centro.

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No bairro Coheb Sacavém, por exemplo, o rodízio de água já é um velho conhecido dos moradores. Então, quando é “dia de água”, as pessoas aproveitam. Entretanto, de acordo com os moradores, o volume que chega nas torneiras é fraco, e a água nem sempre de boa qualidade. “As vezes a água chega com uma tonalidade esbranquiçada. Outras vezes vem meio barrenta. A gente fica até preocupada”, diz dona Maria Raimundo, moradora do bairro há 40 anos.

No tradicional bairro João Paulo, a situação é a mesma. Por lá, a falta d’água também faz parte da rotina dos moradores, que precisam desembolsar valores extras para terem acesso à água. Porém, de acordo com os moradores, as faturas de cobrança da Caema não deixam de chegar.

Outro bairro da região central da capital maranhense que também sofre com o abastecimento não regular de água é o Diamante. Um dos pontos mais altos da cidade, os moradores do Diamante reclamam frequentemente de não terem água regularmente nas torneiras.

Abastecimento por bairro

O Sistema Italuís é responsável pelo abastecimento dos bairros: Alemanha; parte do João Paulo; Filipinho; Vinhais; Recanto dos Vinhais; Renascença; São Francisco; Ponta do Farol; Maranhão Novo; Ipase; Cohafuma; Vila Palmeira; Coroadinho; Ivar Saldanha; Vicente Fialho; parte do Anil; Vila Itamar; Parte do Calhau; Coheb Sacavém; Área do Itaqui Bacanga; Angelim; Bequimão e Cohama.

Já os bairros abastecidos pelo Sistema Paciência são: Cohabs I, II, III e IV; Cohatracs I, II, III, IV e V; Conjunto Primavera; Alvorada, Cohabiano, Conjunto Araçagy I, II e III; Residencial Itaguará I e II; Residencial Planalto Anil I, II e III; Jardim das Margaridas; Aurora; Planalto Aurora; Forquilha; Vila Isabel Cafeteira; Anil; Cruzeiro do Anil; Vila Botafogo Anil; Brasília do Anil, Pão de Açúcar; Alto do Pinho; Jardim de Fátima; Conjunto Santos Dumont; Parque Aurora e Trizidela da Maioba.

Pelo Sistema Sacavém/Batatã, os bairros abastecidos são: Centro, parte da Areinha, Camboa, Vila Bangu, Diamante, Vila Passos, Retiro Natal, Liberdade, Tomé de Sousa, Fé em Deus, Floresta, parte do Monte Castelo, Apeadouro, , Bairro de Fátima, Bom Milagre, Parque Amazonas, Alemanha, Caratatiua, Vila Ivar Saldanha, Alto da Vitória, João Paulo, Jordoa, Vila Palmeira, Barreto, Túnel do Sacavém, Santa Cruz, Vera Cruz, Cutim, Radional, Coroado, Coroadinho, Vila Conceição, Bom Jesus, Vila dos Frades, Parque Timbira, Parque Pindorama, Parque dos Nobres, Conjunto São Sebastião, Bairro Primavera, Redenção, Barés, Filipinho, Sítio Leal, Sacavém, Coheb do Sacavém, Salina do Sacavém e Santo Antônio.

Há solução?

Procurada pelo Imirante.com, por meio de nota, o Governo do Estado informou que os sistemas da capital produzem uma vazão de 4.300 litros por segundo, água suficiente para atender com regularidade a cidade de São Luis.

Veja a nota na íntegra:

"A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) esclarece que através do programa Água para Todos, que foi lançado em 2015 pelo Governo do Estado, a companhia tem como meta aumentar oferta de água tratada, visando melhorar o serviço prestado e, principalmente, a qualidade de vida da população. Neste intento, a Caema já concretizou uma série de prioridades e obras de extrema importância para melhorar o abastecimento de água tratada no Estado.

Para melhorar o sistema de abastecimento de água da capital, foram realizados investimentos no Sistema Italuís, para aumentar sua capacidade de produção e a confiabilidade operacional, garantindo a oferta de mais 30% de água tratada para a capital, o que representa um acréscimo de 510 litros por segundo a mais na vazão oferecida anteriormente. Além disso, restaurou o Sistema Paciência investimento para a exploração de água subterrânea, colocando em operação mais 49 poços tubulares de grande vazão, entre novos e recuperados.

Para chegar à total eficiência do abastecimento, o Governo do Estado, através da Caema, têm também buscado recursos extraorçamentários, a exemplo das tratativas junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), para avançar no programa de redução e controle de perdas e, com isso, atingir a universalização com regularidade do abastecimento.

Paralelo a isso, a companhia dispõe de projetos para ações em setorização, implantação de distritos de medição e controle, substituição de trechos da rede de distribuição fadigada e de material inadequado, macromedição, micromedição e eficiência energética o aumento da eficiência operacional e a satisfação dos clientes.

Os sistemas da capital produzem uma vazão de 4.300 litros por segundo, água suficiente para atender com regularidade a cidade de São Luis."

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