Carnaval

Func reafirma que não haverá ajuda às escolas de samba e blocos

União das Escolas e Associação de Blocos Carnavalescos ameaçam não participar da folia.

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h13

SÃO LUÍS - O presidente da Fundação Municipal de Cultura (Func), Francisco Gonçalves, reafirmou em reunião, na tarde dessa terça-feira (15), no Teatro da Cidade de São Luís, na Rua do Egito, que os R$ 2 milhões disponibilizados, este ano, pelo município para a organização do Carnaval serão aplicados apenas na montagem da estrutura da Passarela do Samba, no Anel Viário. Ele foi categórico em dizer que os recursos não serão destinados para custo de agremiações carnavalescas.

Gonçalves informou que três escolas de samba de São Luís, entre as quais, a Turma do Quinto, Favela do Samba e Marambaia do Samba, confirmaram presença no Carnaval de Passarela deste ano.Por estarem com mais de 80% das fantasias e alegorias prontas, elas confirmaram presença na folia momesca.

Na noite de segunda-feira, dia 14, em reunião na sede da Flor do Samba, no bairro Desterro, as escolas de samba e blocos tradicionais anunciaram a ausência das agremiações da passarela do Anel Viário.

Segundo o presidente da Func, Francisco Gonçalves, a decisão de poupar despesas é uma medida que se aplica apenas este ano.

- Não será gasto o que não poderá retornar como receita. Por isso, a Prefeitura de São Luís investirá apenas o necessário para o Carnaval de passarela. Quem quiser desfilar poderá fazê-lo. Cultura é tão importante quanto a saúde. No entanto, não será por isso que gastaremos mais do que podemos neste momento. Ano que vem, quem sabe, mais dinheiro será aplicado - afirmou Gonçalves, que, também, anunciou um deficit de R$ 15 milhões na pasta municipal de Cultura, contraído em anos anteriores, por falta de pagamento dos eventos.

Quanto às agremiações que confirmaram presença no desfile deste ano, o representante da União das Escolas de Samba do Maranhão (Uesma), Tony Mota, disse que, caso isso ocorra, haverá desrespeito ao estatuto da instituição.

- Não será correto, pois a Turma do Quinto, a Favela do Samba e a Marambaia não serão reconhecidas pela instituição organizadora do Carnaval de passarela de São Luís e poderão ser punidas - afirmou.

Boicote

O presidente da Associação Maranhense de Blocos Carnavalescos, Brasa Santana, avalizou o discurso do representante da Uesma.

- Até hoje [ontem], nenhum bloco confirmou presença no Carnaval de passarela da cidade. Caso esse quadro mude, a associação, também, não fará campeonato e não reconhecerá qualquer desfile - informou.

Ainda segundo a Func, no ano passado, o município gastou mais de R$ 6 milhões com o Carnaval de passarela, valor três vezes maior do que o montante que será investido neste ano. Cada escola de samba recebe, anualmente, cerca de R$ 40 mil para a ajuda de custo e organização do desfile. Já para os blocos, o município disponibiliza, todos os anos, R$ 10 mil.

De acordo com a direção da Uesma, caso a ajuda de custo do Município não seja repassada, será difícil oferecer ao público um Carnaval condizente com as tradições da cidade.

- Com a verba pública, compramos quase tudo para os desfiles. Sem o dinheiro, fica inviável desfilar - disse o presidente da Flor do Samba, Celso Azevedo. O presidente da Func rebateu esse argumento.

- Não se pode pensar na organização do Carnaval apenas contando com as verbas públicas. É preciso tornar a folia de Momo uma festa autossuficiente. Para isso, é necessária a boa vontade das direções das agremiações - disse Francisco Gonçalves.

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