Transporte coletivo

Promotora tenta anular aumento das tarifas de ônibus de São Luís

Lítia Cavalcanti entrou com uma ação civil pública para que decreto da prefeitura seja anulado.

Paulo de Tarso Jr./Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h53

SÃO LUÍS – A promotora de Defesa do Consumidor, Lítia Cavalcanti, entrou, nesta segunda-feira (7), com uma ação civil pública na Vara da Fazenda Pública para que o decreto municipal que determinou o aumento de 23,5% no preço das tarifas de ônibus em fevereiro deste ano seja anulado. De acordo com a promotora, os contratos das concessões públicas são nulos e, por isso, a Promotoria entrou com esta ação.

A ação civil pública quer a declaração de nulidade do decreto da Prefeitura de São Luís e o cancelamento de todas as concessões concedidas pela prefeitura. E como consequência destes objetivos, a promotora quer ainda que o preço das passagens retorne ao valor anterior.

Em entrevista à Rádio Mirante AM, Lítia Cavalcanti explicou que o aumento de 23,5% ocorrido em fevereiro foi ilegal, uma vez que não houve as melhorias prometidas pela Prefeitura de São Luís em relação ao transporte coletivo. Além disso, segundo a promotora, o novo valor das passagens de ônibus compromete significativamente o salário do consumidor.

- Entramos com uma ação civil pública, onde se pleiteia a anulação desse decreto municipal onde inclui o aumento de passagens de até 23%. Considerando os contratos que ensejaram a prorrogação dos prazos para os contratos das concessões, é nulo de pleno direito. Então, nós pedimos nulidade dos contratos e também os efeitos posteriores que seriam os aumentos das passagens. As tarifas de concessões públicas devem atender um valor que não onere o consumidor. Então fizemos os cálculos e, no caso do serviço de integração, chega a 16% do valor do salário mínimo. E isso compromete o valor do salário do consumidor. E como ele não tem opção, inviabiliza o orçamento doméstico porque ele tem que trabalhar – disse a promotora.

Faltam melhorias no transporte coletivo

Lítia Cavalcanti disse, ainda, que há mais de 14 anos não há melhorias no transporte coletivo da Capital. A promotora acredita que isso aconteceu em São Luís pela ausência de licitações no transporte coletivo, pois como as empresas não disputam as concessões públicas, elas se “acomodoram”. Assim, quem sofre é o consumidor.

- Há 14 anos que não existe licitação em São Luís. As empresas se acomodaram a esta prestação deficitária de serviço. E outra coisa. A quantidade da demanda de consumidor não é suprida pela quantidade de ônibus e tem nas ruas. O consumidor se submete a uma má prestação de serviços onde ele anda desconfortavelmente dentro do ônibus, naquele sufoco danado ou ele fica horas e horas na parada se expondo a assaltos por falta de veículos – finalizou.

Foto: Flora Dolores/Arquivo

Atualizada às 13h11 - 8.7.10

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