SÃO LUÍS - A publicação "Academia Maranhense de Letras: Livro do Centenário 1908-2009" será lançada nesta terça-feira, 22, às 19h, na sede da AML, na rua da Paz, Centro.
A obra é uma edição comemorativa do centenário da Casa de Antônio Lobo e faz um resgate histórico dos movimentos culturais que antecederam a fundação, dos idealizadores da Casa e da história atual, que se cria com os fatos importantes relacionados à Academia. O livro contém ainda perfis acadêmicos e toda a programação de palestras e eventos que integraram as atividades das comemorações do centenário.
A catalogação da pesquisa demorou, em média, um ano para ser concluída. Inicialmente, a obra seria lançada no final do ano passado, o ano do centenário, mas o ato foi adiado para este ano, para que fossem documentadas todas as atividades em alusão ao período. “É uma pesquisa documental, uma síntese geral das atividades de uma entidade centenária, que tem uma importância muito grande, uma contribuição grande para a literatura brasileira. A obra é uma síntese de tudo o que aconteceu nesses 100 anos. É antes de tudo um trabalho histórico”, destaca o presidente da AML, Lino Moreira Raposo.
Com o patrocínio do Consórcio de Alumínios do Maranhão (Alumar), a publicação teve pesquisa e revisão do escritor Jomar Moraes, reproduções fotográficas de Edgar Rocha, Francisco Otoni e Nael Reis, além de contribuições de outros acadêmicos da Casa, como de Lino Moreira, Benedito Buzar, José Chagas, Ceres Costa Fernandes, Laura Amélia Damous, Milson Coutinho, e o resgate do texto “Um Ato Acadêmico Original”, de Josué Montello. “Na verdade, a gente optou por não colocar um autor no livro, pois é um trabalho em equipe. Todo mundo fez uma contribuição”, destaca Lino Moreira.
Registro
Fundada pelos intelectuais Antônio Lobo, Alfredo de Assis, Astolfo Marques, Barbosa de Godois, Corrêa de Araújo, Clodoaldo Freitas, Domingos Barbosa, Fran Pacheco, Godofredo Viana, Inácio Xavier de Carvalho, Ribeiro do Amaral e Vieira da Silva, a AML lança, pela primeira vez, uma obra que conta sua história de forma tão abrangente. As publicações anteriores eram focadas, principalmente, nos desdobramentos que se deram antes fundação da entidade, relembrando uma época em que São Luís vivia um aquecimento das produções literárias, durante a última década do século XIX. Nesse período, surgiu a Oficina dos Novos, criada em julho de 1900, que tinha uma estrutura semelhante a uma Academia.
O ano de 1908, o da fundação, é narrado no livro por Benedito Buzar, que faz um panorama econômico, político, social e cultural do Maranhão e Brasil da época. Um pouco da história da Casa encontra-se no texto do imortal Milson Coutinho, presidente eleito da AML. Ele faz uma avaliação sobre os prédios que abrigaram as reuniões da entidade, que, até a adoção da sede atual, passou por diversas mudanças, funcionando em auditórios cedidos pela Assembléia Legislativa do Estado, Teatro Arthur Azevedo, Casino Maranhense, Grêmio Lítero-Recreativo Português e Associação Comercial do Maranhão. As escritoras Ceres Costa Fernandes e Laura Amélia Damous destacaram a participação das mulheres na Academia. A primeira destacou a obra de Conceição Aboud e Lucy Teixeira e a segunda descreveu a presença feminina nas academias.
Das atividades que foram realizadas no centenário da Casa de Antônio Lobo, que aconteceram relacionadas ao centenário, uma das referências é o discurso proferido pelo senador José Sarney, no dia 10 de agosto do ano passado, data do aniversário da AML. O texto foi transcrito na íntegra na obra a ser lançada. No discurso, José Sarney comentou sobre a literatura produzida no Maranhão e fez uma homenagem aos fundadores. O lançamento do livro marca o encerramento das atividades da Academia, em 2009. Em janeiro, a entidade deverá lançar um novo site, que permitirá a disponibilização digital de obras antigas e a venda de livros. “A nossa idéia é facilitar a pesquisa. Nós recebemos pesquisadores, mas nossa biblioteca é ainda pequena para um número grande de pessoas”, frisa Lino Moreira.
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