Dengue

Ações do governo garantem baixos índices de dengue no Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 12h56

SÃO LUÍS - Ações articuladas, investimentos em capacitação técnica, reorganização e reestruturação dos programas municipais vêm garantindo ao Maranhão uma posição de destaque no cenário nacional no combate à dengue. De janeiro ao final do mês passado, o estado notificou 356 casos da doença, o que corresponde a uma incidência de 5,7 casos por 100 mil habitantes, uma das quatro menores taxas do país.

O Maranhão figura como um dos estados brasileiros com a menor taxa de incidência de dengue do Brasil, ao lado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Só que os dois estados do Sul, a região mais fria do Brasil, não têm a mesma importância epidemiológica do Maranhão, pois não reúnem uma das principais condições para a proliferação do mosquito Aedes aegypti e transmissão da doença: as altas temperaturas.

"Competimos com dois estados que historicamente têm registros baixos da dengue porque convivem com temperaturas muito baixas e o Aedes, além de chuva, precisa de calor. Por esta razão dizemos que a dengue é uma doença dos trópicos. O controle do inseto no Maranhão é muito mais difícil", esclareceu o coordenador estadual do Programa de Controle da Dengue da Secretaria de Estado da Saúde (SES), José Batista da Silva.

Não é de hoje que o Maranhão apresenta bons resultados no combate à dengue. Em 2008, a SES notificou 8.031 casos de dengue contra 3.366 em 2009, o que significou uma redução de 55%. Quanto à incidência, os números foram ainda mais alentadores. Neste mesmo período, o estado passou do nível de média incidência (de 101 a 300 casos por 100 mil habitantes) para baixa incidência (até 100 casos), registrando respectivamente, taxas de 125 e 57,6 por 100 mil habitantes. "Nos primeiros meses de 2010, se comparado com o mesmo período do ano passado, já estamos com uma redução no número de casos da ordem de 77%", acrescentou José Batista.

Para o secretário de estado da Saúde, Luís Alfredo Guterres, o bom desempenho do Maranhão é fruto de um trabalho sério e comprometido, que foi intensificado nos últimos dozes meses. "Desde o início da atual gestão, uma das prioridades é o controle das endemias que assolam o nosso Estado, como a dengue e malária", destacou Guterres.

O secretário lembrou, no entanto, que os números da dengue podem sofrer alterações de forma muito rápida. "A nossa orientação é que a Vigilância Epidemiológica permaneça alerta. Esse trabalho é contínuo e ininterrupto. Só assim podemos continuar alcançando bons resultados".

Medidas

Entre as ações desenvolvidas pela SES, a principal delas foi priorizar o trabalho de controle do mosquito Aedes aegypti ainda na fase larvária. Para isso, a SES, que tem o papel de supervisora do processo, apostou num amplo programa de monitoramento, capacitação e investimentos na área. Deu início a dezenas de capacitações, que atingiram em torno de cinco mil profissionais, grande parte deles agentes de controle de endemias.

Para garantir a qualidade do trabalho de campo, a SES adquiriu cerca de três mil kits de combate à dengue, entregues no final do mês passado. Com esses equipamentos, agentes de controle de endemias estarão mais bem preparados para buscar e eliminar os focos do mosquito transmissor da dengue na casa das pessoas, onde segundo levantamento de infestação predial, situam-se mais de 90% dos criadouros. Os outros 10% estão nos lixões, nos depósitos de pneus velhos, nos ferros-velho, entre outros.

Na avaliação do coordenador do Programa Estadual de Controle da Dengue, há muitas vantagens em evitar que o Aedes atinja a fase adulta. Quando os ovos do inseto eclodem e o mosquito adquire a forma alada, a sua eliminação além de mais difícil é também mais cara. Só para citar um exemplo, José Batista Silva falou do equipamento conhecido popularmente como fumacê (pulverizador de inseticida). A parafernália completa não sai por menos de R$ 150 mil (incluindo a caminhonete para deslocamento), enquanto que os kits de combate à dengue, com cerca de 20 itens, custaram aos cofres públicos em torno de R$ 140, cada.

Continua após a publicidade..

"A eliminação do mosquito na fase adulta representa 70% de todo o custo do Programa de Controle da Dengue. Além disso, pesquisas comprovam, que o fumacê só mata cerca de 70% dos insetos. O inseticida ainda pode trazer ainda prejuízos para o meio ambiente e para a saúde das pessoas expostas à substância. É uma estratégia que se faz necessária em muitos momentos, mas que pode ser reduzida gradativamente", explicou o engenheiro agrônomo sanitarista.

Sem óbitos em 2010

O balanço parcial do Ministério da Saúde no país mostra ainda uma diminuição nas mortes por dengue. Nas seis primeiras semanas de 2010, foram confirmadas 21 mortes, contra 31 no igual período de 2009. O número de óbitos pode sofrer alterações, uma vez que todas as mortes por suspeita de dengue são submetidas à investigação laboratorial.

No Maranhão, não foi diferente. Este ano ainda não foi notificada nenhuma morte pela dengue, resultando em um nível de letalidade nulo. Ano passado, o percentual de letalidade ficou em 8% e em 2008, o número fechou em 12,5%. "Essa queda mostra que estamos no caminho certo. Intensificamos as ações de prevenção, isso significou menos doentes e por conseqüência menos óbitos", declarou José Batista Silva.

O superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças, Henrique Jorge dos Santos, acrescentou que uma das estratégias foi oferecer treinamentos para médicos e enfermeiros sobre o manejo clínico da dengue, ação considerada importante para garantir o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado do paciente. Eles receberam ainda material completo com informações sobre a doença.

"Já chegamos à conclusão de que a vigilância é realmente o meio mais eficaz para controlarmos a dengue, doença que não tem tratamento específico e nem vacina. Mas paralelo a isso, a nossa rede de unidades de saúde precisa estar preparada para atender os casos de dengue de forma adequada para evitar os óbitos.", defendeu.

Para Henrique Jorge, a parceria com os 217 municípios é um dos fatores determinantes na condução positiva do trabalho. Ele fez questão de ressaltar o acompanhamento feito pelas 32 unidades regionais de saúde, onde estão instalados núcleos de epidemiologia e controle de doenças com estrutura técnica definida. Pelo menos 18 delas são dotadas com equipamentos como UVB (fumacê).

O superintendente de Epidemiologia aproveitou para reforçar o apelo à população para intensificar os cuidados com reservatórios de água parada dentro de casa, uma vez que as chuvas começaram a cair com mais freqüência, nos últimos dias. "Precisamos ficar alertas, o apoio da população continua sendo fundamental nesse nosso trabalho. Estamos firmando algumas parcerias para realizar atividades de mobilização no estado com o objetivo de reforçar a mensagem da prevenção", informou.

As informações são da SES.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.