'Justiça Vai aos Bairros' chega a Pedreiras

Atualizada em 27/03/2022 às 13h52

SÃO LUÍS - Times de futebol formados por menores carentes, aulas de informática, visitas domiciliares, casa de passagem para crianças e mulheres vítimas de violência doméstica e reuniões. Essas são algumas das ações do projeto "Justiça vai aos Bairros", da comarca de Pedreiras. Segundo a mentora intelectual da iniciativa, a juíza Maria Eunice do Nascimento Serra, titular da 3ª vara, a proposta visa a atender as comunidades carentes e é um estímulo a mais para que elas resolvam os seus problemas de forma pacífica.

Atualmente, são três os bairros atendidos pelo projeto – Palmeirinha, Aeroporto (Trizidela) e Goiabal (Santa Luzia). Nos três pólos de atendimento, grupos formados por pessoas da comunidade detectam os problemas das famílias durante visitas às casas.

São os grupos que tentam uma mediação dos problemas detectados. Caso ela não tenha sucesso, o problema é discutido em reuniões semanais nos bairros, sempre à noite. "A Justiça é a última instância para a resolução do problema", explica a magistrada. As reuniões acontecem às terças, quartas e quintas-feiras, respectivamente, nos bairros Aeroporto, Palmeirinha e Goiabal.

Esporte

O esporte foi a solução pensada para afastar os menores das drogas e da violência. A partir da idéia nasceram os times de futebol, que têm com técnicos os pais dos atletas. Com equipagens adquiridas pela comunidade, os times reúnem 25 crianças na Palmeirinha, 100 no Aeroporto e outros 30 no Goiabal. São condições para participar das equipes freqüentar a escola, apresentar o boletim quinzenal de freqüência e o testemunho do comportamento familiar.

Um torneio entre os times dos três bairros deve ocorrer nos próximos dias. A presença dos pais é considerada muito importante no evento. Todos estão sendo convocados a participar da iniciativa. A juíza promete uma "conversa de esclarecimento" sobre temas como drogas e outros.

Informática e abrigo

O esporte não é a única alternativa para os jovens assistidos. O "Justiça Vai aos Bairros" abrange aulas de informática na sede do Centro de Voluntários de Pedreiras (CVP), entidade responsável pela realização do projeto. Cerca de 40 adolescentes carentes e em situação de risco são beneficiados pelas aulas.

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Na Casa Abrigo mantida pela instituição, crianças e mulheres vítimas da violência doméstica têm lugar garantido. Atualmente seis crianças estão abrigadas na Casa.

A doação de um terreno para a construção da sede definitiva do CVP mobiliza voluntários, que arrecadaram parte do material da obra. De acordo com a juíza da comarca, todo o piso e a pedra para a alvenaria já foram doados à instituição. A luta agora é por outros materiais.

O projeto

Criado em agosto de 2006, o "Justiça Vai aos Bairros" teve como ponto de partida o trabalho de voluntários. Desde o início, a missão deles é tentar encontrar soluções pacíficas para os problemas dos bairros onde moram.

A experiência piloto foi no Palmerinha, cuja escolha veio em razão das muitas carências. Com periferia carente, acentuada incidência de criminalidade e problemas de drogas, o bairro passou a contar com o trabalho de dez comunitários.

Para a juíza Maria Eunice Nascimento Serra, o "Justiça Vai aos Bairros" está mostrando às comunidades carentes que "existe um outro caminho".

Corregedoria Geral da Justiça

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