COLUNA
Curtas e Grossas
José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
Curtas e Grossas

Será arte???

“Inventar um nome é como inventar uma vida. Portanto, é Arte. ”

José Ewerton Neto

 

Carolina, Sofia, Artur, Vera, Clara, Bianca, Guilherme, Pedro, Cristina...são todos nomes belíssimos. Então por que inventar um nome para seus filhos, afinal de contas, não é a pessoa que faz o nome, ao invés do contrário?

Será? Os numerólogos acham que não e faz tempo que induzem as pessoas, especialmente celebridades, a alterarem seus nomes, buscando mais sorte, influenciada por uma nova disposição de letras. Assim fizeram as Anittas e os Gusttavos da vida com aparentemente bom resultado. Ora, se uma simples letra é capaz de fazer tanta diferença no destino de uma pessoa, quanto mais um nome...

Quando concluí meu curso de pós-graduação em Jornalismo Cultural, escolhi como tema de minha tese para diplomação o título A invenção de nomes próprios: algo mais que um mero costume. Será Arte?

http://www.cambiassu.ufma.br/cambi_2008/ewerton.pdf

Neste, contrapus ao hábito comum de se ridicularizarem os casos estapafúrdios de nomes inventados, uma visão artística do que se considera mania, justamente porque já me deparei no cotidiano com belíssimos acertos, com sonoridades criativas e originais. Como dizia Dostoievski “o original é um indivíduo que se põe à parte. ” Sendo o rosto a sala de visitas de um ser humano, seu nome é, por assim dizer, o seu cartão de visitas, a primeira imagem que se forma de alguém antes de conhece-lo.

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Um nome original e potencialmente belo, essa coisa com que até mesmo o mais humilde e desvalido ser humano pode presentear seu filho, a partir daí tão colado ao seu destino como uma ruga, uma cicatriz ou uma tatuagem, eis aí uma dádiva preciosa e inigualável. Daí que o esforço dos mais pobres em inventar um título para presentear sua geração com uma dádiva singular, original e jamais vista, possivelmente a única riqueza que lhes é accessível, tem algo de sublime e transcendente, o oposto, portanto, do apenas risível, tão propalado pelos fazedores de opinião a partir de algumas escolhas equivocadas. 

Por comodismo e segurança podemos sempre escolher um nome já consagrado para nossos filhos, assim almejando a tranquilidade futura de jamais sermos acusados por este de um equívoco danoso, porém, se pretendemos dotá-lo de um nome único e especial, que mal há de...?

Como conclui o trabalho referente citado acima: “Inventar um nome é como inventar uma Vida. Portanto é Arte! “

 

 

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