Abordagem policial

VÍDEO: jovem desmaia ao ser conduzida à força por policiais em Itapecuru-Mirim; PMs alegam desacato

A confusão se iniciou após policiais exigirem que bar fosse fechado devido ao horário; o caso está sendo investigado.

Ismael Araújo e Neto Cordeiro / Imirante.com

Atualizada em 04/09/2022 às 18h22

ITAPECURU-MIRIM – Imagens de câmera de celular mostram uma confusão envolvendo policiais militares e os proprietários de um bar situado na região central de Itapecuru-Mirim, na madrugada de sábado (3). Uma jovem chegou a desmaiar quando estava sendo conduzida à força. 

De acordo com a ocorrência policial, a ação se deu por conta de desacato, resistência, descumprimento de horário de funcionamento de bar e ameaças.

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A jovem que aparece nas imagens sendo conduzida à força pelo policial foi identificada como Nathália Duailib, de 18 anos. Ao Imirante.com, ela relatou o caso na manhã deste domingo (4).

Nathália conta que era por volta de 0h30, de sexta para sábado, e o atendimento no bar já tinha sido encerrado. A mãe dela, a irmã, a prima e o padrasto estavam ajudando na limpeza e no caixa, quando chegou um policial “dizendo que já era ‘pra tá’ fechado”. Nathália respondeu que “só estavam terminando de limpar e de fechar, que só tinha uma porta aberta”. Foi então que o policial se aproximou e disse “estou mandando fechar agora”. A mãe de Nathália, Maria das Dores Duailib, interferiu, dizendo que só estavam fechando o caixa.

Nathália então começou a gravar com o celular porque não gostou da forma como o policial estava falando. “Ele disse que não era ‘pra’ gravar aquilo, senão ele ia me prender. Ele já entrou partindo em cima de mim, me agredindo, me jogando para fora, me apertando, apertando meu pescoço”, conta.

Ela relata ainda que pedia socorro para sua mãe e que estava se sentindo sufocada. “Ele ‘tava’ me sufocando muito porque a arma dele ‘tava’ pegando no meu pescoço e ele me chamando de ‘vagabunda’”, relata.

Nathália também afirma que o policial a atingiu com spray de pimenta e, em seguida, ela desmaiou. Veja o momento em que a jovem desmaia:

Ela se lembra de ter acordado depois perto do carro da polícia e foi então jogada algemada dentro do veículo. Além dela, todos que estavam no estabelecimento, e que pediam para que Nathália fosse solta, foram contidos com spray de pimenta e levados à delegacia.

Nathália disse que chegou a ser encaminhada ao hospital da cidade, onde tomou medicamento. Ela conseguiu contar para o médico tudo o que houve e depois, ao retornar à delegacia, todos já tinham sido liberados para casa.

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Ouça a entrevista concedida por Nathália Duailib ao Imirante:

Os policiais apreenderam a quantia de R$ 686,60, três celulares, três relógios e uma bolsa.

Investigação

De acordo com o delegado regional de Itapecuru-Mirim, Samuel Morita, os policias militares costumam fazer vistoria nos bares e, segundo eles, o estabelecimento em questão já tinha passado do horário de funcionamento. Os PMs também alegaram que foram desacatados e tiveram que conduzir todos. Os policiais querem que os proprietários do bar respondam por desacato, injúria e crime contra a honra.

Os envolvidos que estavam no bar também cobram providências para tentar provar que o erro nesta ação foi da polícia.

Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), por meio da Polícia Militar do Estado do Maranhão (PM-MA), informou que será instaurado procedimento administrativo para investigar eventuais excessos na atuação da guarnição em serviço em Itapecuru-Mirim na madrugada deste sábado (3). Além disso, o comunicado afirmou que os órgãos não compactuam com condutas violentas e arbitrárias e apura todos os fatos à luz da verdade e da legalidade. Leia abaixo a nota completa:

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), por meio da Polícia Militar do Estado do Maranhão (PM-MA), informa que será instaurado procedimento administrativo para investigar eventuais excessos na atuação da guarnição em serviço em Itapecuru-Mirim na madrugada deste sábado (3). Ademais, a SSP-MA destaca que não compactua com condutas violentas e arbitrárias e apura todos os fatos à luz da verdade e da legalidade.

Para mais, o órgão de segurança comunica que os fatos ocorreram quando os policiais faziam cumprir determinação de limite de horário de funcionamento de estabelecimentos, definido pelo município, e foram agredidos verbalmente e ameaçados pela proprietária do bar, que foi levada à delegacia.

Na delegacia foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência contra a dona do bar por desacato, ameaça e descumprimento de horário de funcionamento do estabelecimento.


 

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