MARANHÃO – Com o objetivo é defender os direitos e interesses coletivos das vítimas de tortura do regime militar no Maranhão e de seus familiares, o governo do Estado e a Defensoria Pública da União (DPU) articulam a instituição de uma comissão estadual para monitoramento do cumprimento das recomendações apresentadas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Uma das propostas com a comissão estadual é garantir que a população tenha acesso às informações sobre o período da ditadura militar no Maranhão. O relatório da CNV, divulgado no fim do ano passado, apresentou casos específicos que precisam ser aprofundados no Maranhão, que obtiveram repercussão nacional por conta da gravidade dos registros e da quantidade de vítimas que tiveram seus direitos violados.
O documento expõe casos de mortos e desaparecidos políticos maranhenses, repressão contra camponeses, torturas cometidas contra indígenas e quilombolas, além de outros casos de violações de direitos humanos provocados pelo regime militar no Estado. Entre as violações registradas estão casos de perseguição, espancamentos, assassinatos e prisões em condições sub-humanas, que ainda precisam de aprofundamento na apuração.
A comissão proposta pela DPU busca promover o acesso público às informações e aos documentos, apoiar às medidas de reparação coletiva pelas graves violações sofridas no período investigado e dar continuidade a essas investigações, tendo em vista que o relatório da Comissão Nacional da Verdade apresentou relatos ainda não elucidados.
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O próximo encontro será realizado no dia 8 de abril para apresentação da proposta de formato da comissão e planejamento das ações iniciais.
Caso Epaminondas
A Comissão Estadual da Verdade terá o intuito de esclarecer casos como o do líder comunista do Sul do Maranhão, Epaminondas Gomes de Oliveira, que foi elucidado graças à Comissão Nacional da Verdade.
De acordo com as investigações, Epaminondas foi preso na Operação Mesopotâmia, em um garimpo no Pará, em 7 de agosto de 1971. Ele morreu depois de ter sido preso e torturado por militares do Exército, em Brasília. Com as investigações, 43 anos depois de sua morte, o líder comunista foi sepultado em Porto Franco, no Maranhão, no dia 31 de agosto de 2014.
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