IMPERATRIZ - Eram exatamente 6h20 quando a reportagem do portal Imirante Imperatriz chegou ao ponto de ônibus. Vinte minutos antes do horário do carro da empresa Viação Branca do Leste (VBL), que faz a linha São José, principal rota da maioria dos alunos do Instituto Federal do Maranhão (Ifma), por tabela, ter que chegar.
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Fugindo da normalidade no atraso, que chega a relatos impressionantes de uma hora a mais, ele chegou às 7h10, momento exato em que os alunos deveriam estar em sala de aula.
Se as manifestações de julho tivessem sido levadas a sério, e seus desejos cumpridos, os imperatrizense, assim como todos os brasileiros, saberiam da história do estudante Mateus Nascimento Melo da Silva, de 16 anos, de outra maneira. Tendo de ir todos os dias assistir às aulas do curso técnico em Edificações, Mateus Melo conta que já foi prejudicado diversas vezes pelo atraso no horário do ônibus.
“Acordo 6 horas para ter um preparo e chegar às 6h20 no ponto de ônibus. Mas ele não chega no horário certo, que seria às 6h40. Ele chega 7h20, 7h30. A aula começa 7h10. Com isso, acontece que perdemos vistos, algumas vezes provas, se o professor for muito rígido, e sempre perdemos as primeiras explicações e correções das atividades”, relata o estudante, que já chegou a questionar sobre o atraso do horário ao motorista, obtendo como resposta, nas diversas vezes que questionou, que uma peça é a causa de todo o transtorno.
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Encostado na placa que delimita o lugar onde os passageiros devem esperar o ônibus, o aluno de Segurança no Trabalho, também, do IFMA, George Lucas Pereira Correia, de 17 anos, desabafa que, para não perder as primeiras aulas, é preciso fazer planos "A"," B" e "C".
“Chego cedo mais de carona do que de ônibus. Essa é uma das únicas formas. Ele não tem horário certo, não dá pra confiar. Às vezes passa mais cedo, ou chega mais tarde, mas nunca chega no horário. Já me prejudiquei ao ponto de ficar duas horas a mais esperando na hora de voltar”, ressalta o estudante, que conta, também, que sofre, além do atraso, com o superlotamento dos ônibus na volta para casa.
Mas essas reclamações não se restringem aos estudantes. A funcionária de uma loja no Centro, Romênia Nascimento da Silva, que utiliza a linha intermunicipal João Lisboa – Imperatriz, da empresa Aparecida, detalha que, para não chegar atrasada, é preciso estudar o horário do ônibus, que, também, não chega no horário.
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“Acordo cedo, tenho que me programar meia hora antes, e, além disso, ainda tenho que abrir a loja. É bastante complicado o horário de ônibus. Temos que estudar o horário. Eles atrasam. Atrasam pouco, mas atrasam. É preciso mais ônibus porque a circulação não supri a demanda da população”, detalha Romênia Nascimento, afirmando que não pode contar com o transporte público para ter momento de lazer aos fins de semana em Imperatriz, pelo fato da empresa diminuir a frota.
Compreensão
Para tentar diminuir os problemas dos alunos, o chefe de departamento pedagógico do Ifma, Celso Souza, explica que é consciente do atraso por causa do ônibus, e conta que há uma tolerância de 15 minutos no horário de chegada dos estudantes.
“7h10 é o horário de eles estarem na sala. O correto é chegar antes, entre 7h, 7h5, e são poucos que conseguem chegar nesse horário. Os que têm condução própria, chegam no horário. Os que utilizam o transporte público, dificilmente chegam. Nós, ainda, damos 15 minutos de tolerância, por saber da dificuldade que é o transporte público de Imperatriz, mas nem sempre isso é suficiente”, ressalta o pedagogo, destacando que o atraso atinge todos os alunos e, também, os servidores.
Celso Souza revela ao Portal Imirante Imperatriz que todos os anos é enviado um ofício relatando a data de início e horário das aulas.
“A principal empresa para vir ao IFMA é a VBL, e todos os anos, no início do semestre, é encaminhado um ofício explicando a data de início e o horário de início das aulas. Nós, também, telefonamos para cobrar os horários”, finaliza.
Promessa de frota
Talvez se os 50% a mais na frota, prometida no auge da insatisfação popular, tivesse sido concretizado habilmente, quem sabe os cidadãos não seriam imprensados nos ônibus em horário de pico ou precisassem acordar, com duas ou três antecedencia da entrada no trabalho ou escola, para não correr o risco de ser punido por faltas ou atrasos.
Mas, isso é uma vivência numa linha urbana, agora imaginem um trajeto para a zona rural ou intermunicipal.
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