Meio Ambiente

Trinta empreendimentos madeireiros são autuados em Grajaú

Sema continua fiscalização para combater exploração de madeira ilegal.

Liliane Cutrim / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h54

SÃO LUÍS - A equipe de fiscalização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) começou a medição das madeiras apreendidas em serrarias e movelarias de Grajaú, que foram notificadas e autuadas por falta de licença de funcionamento, nota fiscal e Documento de Origem Florestal (DOF).

Foto: Liliane Cutrim/Imirante.com.

A operação, que teve início nessa terça-feira (20), já autuou 30 empreendimentos, sendo cinco serrarias e uma movelaria na cidade Grajaú, e 24 movelarias no povoado Alto Brasil.

De acordo com a superintendente de fiscalização da Sema, Naiara Valle, que comanda a operação, nenhuma das empresas fiscalizadas apresentou a documentação adequada, e estão sendo multadas.

“Nós chegamos a dar um prazo de 24h para que eles apresentassem os documentos, mas nenhuma mostrou a documentação completa, principalmente o Documento de Origem Florestal, para saber se essa madeira veio ou não de reservas florestais. Por isso, estamos multando as empresas por operarem de forma ilegal. Aqui em Grajaú, o primeiro a receber multa foi o pátio Sérgio Rodrigues de Morais, no valor de R$ 50 mil. Ele não tem a licença de funcionamento renovada”, explicou a superintendente.

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A serraria Sérgio Rodrigues de Morais foi a que apresentou a maior quantidade de madeira apreendida entre os empreendimentos fiscalizados.

Foto: Liliane Cutrim/Imirante.com.

Terras indígenas

A fiscalização da Sema se concentrou em Grajaú, por ser a cidade do Maranhão com a maior quantidade de serrarias, e por estar muito próxima das reservas indígenas, que estão distribuídas em 22 km entre Barra do Corda e Grajaú.

“As madeiras mais utilizadas nas serrarias são o pau-d'arco ou ipê, angico, amarelão, maçaranduba. A maior parte dessas madeiras são provenientes de terras indígenas. Toda a área de preservação concentra muita madeira de boa qualidade e chama a atenção dos exploradores. Por isso a necessidade de fazer, constantemente, essas fiscalizações em torno dessas reservas florestais”, ressaltou Naiara Valle.

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Segundo a superintendente, a extração ilegal de madeira, muitas vezes é feita com a colaboração de indígenas, em troca de recursos financeiros. Mas, há alguns índios que são contra o crime e até chegam a denunciar a ação.

“Eles (os índios) vivem muito próximos da nossa cultura e acabam assimilando certos costumes. Muitos colaboram com o crime ambiental. É um conflito muito grande. Isso vai além da questão ambiental, é social também. A gente não consegue resolver de forma conclusiva, pois não depende só da Sema, mas de uma série de órgãos”, afirma.

Operação

A Operação deve durar mais 10 dias na região de Grajaú. Segundo a superintendente, também serão alvos de fiscalização, as carvoarias e o polo gesseiro da região, que é o segundo maior do Brasil. Os empreendimentos, também, podem estar utilizando madeira proveniente de reservas indígenas.

Além da fiscalização na região de Grajaú, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autuou cinco serrarias na cidade de Amarante, que não apresentaram documentação de licenciamento nem o DOF. O órgão localizou, ainda, diversas movelarias que podem estar atuando de forma ilegal. A listagem dos empreendimentos serão encaminhados para a Sema dar início à fiscalização.

Além de visitar as empresas que trabalham com madeira, o Ibama, com o apoio do Grupo Tático Aéreo (GTA), identificou, dentro das terras indígenas, focos de desmatamento.

De acordo com a Sema, a atividade madeireira, mesmo a legalizada, causa impactos ao meio ambiente. É necessário investir, cada vez mais, no reflorestamento. “A atividade como um todo causa impacto ao solo, ao meio ambiente. Não se pode apenas desmatar, tem que haver o reflorestamento, pois esse recurso é finito”, destaca Naiara Valle.

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