Crueldade

MPMA e OAB-MA investigam extermínio de dezenas de cachorros de rua em Estreito

Animais estavam sendo "sacrificados" sem exames preliminares; dois funcionários da prefeitura já foram exonerados.

Imirante.com, com informações do G1 Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Animais mortos foram encontrados em um local que servia de cemitério clandestino para os cachorros em Estreito. (Erileia de Lima / OAB)

ESTREITO - O Ministério Público do Maranhão (MPMA) está investigando o assassinato de dezenas de cachorros por parte de funcionários da prefeitura de Estreito, a 750km de São Luís. De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB-MA), funcionários da prefeitura apreenderam os animais em um veículo tipo "carrocinha", levaram para um terreno baldio e "sacrificavam" os animais sem a realização de exames preliminares.

Em março, a presidente da Comissão de Proteção aos Animais da OAB em Estreito, Erileia de Lima, gravou vídeos mostrando um lugar que servia como cemitério clandestino de cachorros, próximo a um lixão. O local aparece com várias ossadas de animais e uma vala com corpos de cachorros que tinham sido mortos minutos antes.

"Estava indo para o trabalho e vi um cachorro indo para a carrocinha. Vi o local onde eram desovados animais. Eu filmei e perguntei pelos exames. Eles disseram que não tinham e não fazem os exames. Eu questionei, como não tem? Vão matar sem saber se está doente?", questionou Erileia. A presidente da comissão da OAB afirma ainda que vários dos cachorros mortos eram de rua e não tinham doenças graves, conforme exames laboratoriais realizados posteriormente. Os funcionários da prefeitura, por sua vez, alegam que os animais estavam sendo mortos a mando dos "donos", porque estavam doentes.

"Pedi para soltar os animais. Não consegui, voltei com água e comida. No terceiro dia, consegui pegar o pretinho. Ele está internado. Fez os exames e deu negativo. Porém, pegou uma pneumonia porque, em um dos dias que ficou lá a noite, choveu muito forte e agora está internado para tratar. Um outro voltou para o local que estava antes, na rua. Está agora internado em Imperatriz, com a doença do carrapato, que é tratável", afirmou a representante da OAB.

Erileia de Lima registrou a ocorrência na Polícia Civil, e o Ministério Público começou as investigações após receber a denúncia. O G1 Maranhão entrou em contato com a Prefeitura de Estreito sobre o caso, mas não houve retorno.

Em nota divulgada no dia 31 de março, a Prefeitura de Estreito afirmou que "não compactua com as práticas contidas nos vídeos" e revelou a exoneração do diretor e do coordenador do Centro de Controle de Endemias do Município. A prefeitura diz ainda que foram instaurados processos administrativos sobre o caso envolvendo os servidores públicos.

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