Em Codó

Preço do gás de cozinha faz famílias voltarem a usar lenha e carvão

O acréscimo de 16,1% nos preço do botijão levou a substituição do gás pelo uso de lenha ou carvão em algumas residências.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 26/03/2022 às 18h07
O acréscimo foi de 16,1% nos preço do botijão. (Foto: Reprodução/TV Mirante)

CODÓ - O reajuste nos preço do gás de cozinha, anunciado pela Petrobrás, na última quinta-feira (10), em todo o país, trouxe consequências na aquisição do produto por famílias de baixa renda em Codó, interior do Maranhão. O acréscimo de 16,1% nos preço do botijão levou a substituição do gás pelo uso de lenha ou carvão em algumas residências.

Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em todo o ano de 2021, o crescimento médio no valor da comercialização do botijão de gás foi de 35%. Ao longo do ano passado, a variação nos preços do produto foi modificada cerca de nove vezes, na contramão da renda média das famílias maranhenses, avaliada como a menor do país, segundo o IBGE.

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Maria Elza, lavradora no munícipio, disse que o uso do gás de cozinha tem se tornado mais difícil, com os altos preços oferecidos no mercado. Para escapar da fome, a saída tem sido a fabricação caseira de carvões, para utilizar em fogareiros.

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“A gente vai passar fome. Nós estamos juntando coco nas fazendas, que nem do lugar que a gente junta não tem mais, pra fazer carvão pra poder viver. Ou compra a comida, ou compra o gás; quando aparecer a comida, a gente cozinha, porque já tem o gás […]’’, disse a lavradora.

Para o autônomo Manoel Filho, cuja renda da família vem de programas sociais, o valor do gás de cozinha, custando cerca de R$ 115,00, leva à delicada situação das finanças. O uso da lenha passou a ser costumeiro, para garantir alimentação.

“Aqui, eu não uso gás, porque aqui eu não uso gás; não dá pra usar, não. Toda despesa tem que comprar”, disse Manoel.

Com a expectativa de reajuste no valor do botijão a partir da segunda quinzena de março, em Codó, o professor de economia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Luís Eduardo Sousa, defende que a política de preços praticada atualmente seja revista. O economista também confirma que a situação de guerra na Ucrânia deve provocar instabilidade nos valores da gasolina, diesel e gás de cozinha.

“A guerra entre Rússia e Ucrânia vem apenas adicionar mais um elemento de crise a uma crise interna que já vem acontecendo, causada pela política desastrosa de combustíveis; de preços de combustíveis, empreendida pela Petrobrás e pelo Governo Federal’’, finalizou.

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