Luto

Morre o escritor Luis Fernando Verissimo, aos 88 anos, em Porto Alegre

Ele estava internado há cerca de três semanas na UTI do Hospital Moinhos de Vento.

Imirante.com

Conhecido pelo humor refinado e pela ironia elegante, Verissimo levava uma vida discreta. (Foto: divulgação)

PORTO ALEGRE – O escritor Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ele estava internado há cerca de três semanas na UTI do Hospital Moinhos de Vento com princípio de pneumonia. A morte foi confirmada por familiares.

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Verissimo enfrentava problemas de saúde nos últimos anos. Diagnosticado com Parkinson e com histórico de complicações cardíacas – em 2016 precisou implantar um marcapasso –, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2021, que deixou sequelas motoras e de comunicação.

O escritor deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

Trajetória de um dos maiores cronistas do país

Nascido em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936, Luis Fernando Verissimo era filho de Erico Verissimo, autor de clássicos da literatura nacional como O Tempo e o Vento. Parte da infância foi vivida nos Estados Unidos, período em que o pai deu aulas em universidades da Califórnia.

“O pai foi um dos primeiros escritores brasileiros a escrever de uma maneira mais informal. E eu acho que herdei um pouco isso. Essa informalidade na maneira de escrever”, disse Verissimo, ao relembrar a influência paterna.

Sua carreira começou em 1966, no jornal Zero Hora, onde atuou inicialmente como revisor. Também trabalhou como tradutor no Rio de Janeiro antes de se lançar como autor. O primeiro livro, O Popular, foi publicado em 1973. Desde então, escreveu mais de 70 obras, entre romances, crônicas, contos e quadrinhos, alcançando a marca de 5,6 milhões de exemplares vendidos.

Colunista assíduo, Verissimo escrevia para jornais como Zero Hora, O Estado de S. Paulo e O Globo, consolidando-se como um dos cronistas mais populares e lidos do país.

Discrição e rotina simples

Conhecido pelo humor refinado e pela ironia elegante, Verissimo levava uma vida discreta. Continuava morando na mesma casa do bairro Petrópolis, em Porto Alegre, comprada por Erico em 1941. O escritório do pai permanecia preservado, enquanto o autor preferia escrever em outro cômodo, cercado por discos de jazz e por seu saxofone.

Metódico, interrompia o trabalho apenas para almoçar com a família e, à noite, tinha o hábito de assistir ao Jornal Nacional. A música era uma de suas paixões. Em entrevista de 2012, revelou um ritual particular: “Música é sentar e ouvir”.

Luis Fernando Verissimo deixa uma obra marcada pelo humor, pela crítica social e pelo olhar afetuoso sobre o cotidiano, que o tornaram um dos autores mais queridos da literatura brasileira contemporânea.

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