Maranhense relata experiência em enchentes do Rio Grande do Sul: "Foi muito desesperador"
Diego Lobato estava junto com seus pais, Gilvan Lobato e Rosângela Lima, em Porto Alegre em uma viagem em família, quando foram surpreendidos pelas enchentes.
BRASIL - Segundo boletim divulgada na manhã desta segunda-feira (6), as grandes enchentes que afetam o Rio Grande do Sul já deixam mais de 80 mortos, 111 desaparecidos e 850 mil pessoas afetadas. Maranhenses que estavam na região também passaram pelo sufoco e foram afetados pelo rastro de destruição deixado pela chuva.
O maranhense Diego Lobato, de 37 anos, foi uma das pessoas afetadas. Natural de São Luís, ele reside há mais de 15 anos em Curitiba, no Paraná, e viajou à Porto Alegre, uma das cidades mais afetadas pelo temporal, para encontrar seus pais que saíram do Maranhão até o sul do país para realizar uma viagem em família.
Diego fez vários registros, em fotos e vídeos, e compartilhou em suas redes sociais a situação da cidade. Em entrevista, ele contou que seus pais, Gilvan Lobato e Rosângela Lima, chegaram em Porto Alegre na última quarta-feira (1º), quando já chovia na região e aos poucos, o rio Guaíba, que banha a cidade, já começava a subir.
"Quando meus pais chegaram, já estava dando problema em relação à atraso de voo, por causa das chuvas, mas não tinha nada muito grave. A gente sabia que estava chovendo na região, mas por uma infeliz coincidência, meus pais acabaram ficaram no pior ponto para inundação, que foi o centro da cidade", relata Diego.
O maranhense afirmou que só na quinta-feira (2), chegou à capital gaúcha. Diego Lobato ainda ressalta que a situação piorou durante a madrugada de sexta-feira (3), quando as águas do rio Guaíba começaram a invadir as ruas de Porto Alegre. Morador da região há anos, ele afirma que nunca havia vivido e visto uma situação semelhante a essa.
"A gente via pela janela de trás o Guaíba (rio) subindo, mas nunca pensei que pudesse chegar nesse ponto. Eu moro aqui há muitos anos e nunca tinha visto algo assim. Acordamos com a moça da portaria do hotel ligando dizendo que a gente tinha que tirar o carro urgente porque ela tava subindo. Em menos de dez minutos, a gente já não conseguia sair do hotel", relembra o maranhense.
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Após as enchentes começarem a tomar conta das ruas de Porto Alegre, Diego e sua família precisaram antecipar a ida para o próximo destino da viagem e sair às pressas do hotel, local que ficou tomado pela água, que estavam hospedados.
"Foi muito desesperador ver tudo isso. Meu pai precisou ser atravessado de um lado a outro da avenida de pijama. É bem triste ver toda a cidade debaixo d'água e o que mais me surpreendeu, é a rapidez como tudo aconteceu", diz.
A família seguiu viagem de Porto Alegre para Gramado. Ainda em entrevista ao g1, ele conta que por conta da situação das fortes chuvas que, atingem outras cidades do Rio Grande do Sul e tem afetado o tráfego nas rodovias, eles estão tendo dificuldades para conseguir chegar em Florianópolis (SC). Um dos problemas, é a falta de combustível nos postos de gasolina.
"Saímos as pressas de Porto Alegre e fomos para Gramado que é na serra, um pouco mais alto. Agora tem sido muito difícil conseguir chegar em Florianópolis, porque as estradas estão bloqueadas, há trânsito e, principalmente, falta combustível nos postos", disse.
Após chegar em Florianópolis, a família deve seguir até Curitiba, cidade onde o maranhense vive. Diego Lobato conta que por conta da situação no RS, ele precisou comprar uma outra passagem de avião para os pais retornarem para o Maranhão, saindo da capital paranaense.
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