VIAGEM À AFRICA

Oposição vai à PGR pedir investigação de Lula por racismo em polêmica sobre Israel

Os advogados argumentam que as declarações de Lula são de cunho antissemitista.

Kailane Nunes / Ipolítica com CNN

Presidente do Brasil com presidente da África (Reprodução)

BRASIL - Parlamentares da oposição se mobilizam para apresentar ainda nesta terça-feira (20) uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGD) para que o presidente Lula seja investigado pelo crime de racismo pela declaração em que comparou a guerra na Faixa de Gaza ao Holocausto.

Na peça que será enviada ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, os advogados argumentam que as declarações de Lula são de cunho antissemitista.

No último domingo (18), durante a viagem à África, o presidente da República afirmou que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico; aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”.

A oposição argumenta que a manifestação, além de constituir crime de racismo, ainda tem o potencial lesivo de estimular o ódio contra populações judaicas.

“Antissemitismo não é parte do posicionamento político. Invocar a memória do Holocausto justamente contra as vítimas do regime não é parte do posicionamento político. Equiparar Hitler e os judeus jamais será parte do posicionamento político”, afirma a peça.

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Outro argumento que aparece é o da liberdade de expressão. Os advogados alegam que “a liberdade de expressão comporta limitações” e que não inclui incitar a prática de discriminação.

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O poderio de investigação também recupera todo o contexto de repercussão das declarações de Lula, que foi considerado “persona non grata” pelo governo de Israel.

Os parlamentares também anexaram imagens de soldados israelenses e famílias de um kibutz que teriam sido mortos por integrantes do grupo terrorista Hamas nos ataques de 7 de outubro do ano passado.

Os advogados também recuperaram um trecho de uma entrevista dada por Lula à revista Playboy, em 1979, em que ele afirma: “Hitler, mesmo que tenha errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”.

Na sequência, a revista pergunta se o petista admirava o ditador nazista e Lula responde: “não, não”. “O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as ideias dele, a ideologia dele.”

A notícia-crime, acredita a oposição, pode ajudar a embasar um pedido de impeachment que será protocolado na Câmara dos Deputados.

Até o fechamento desta reportagem, 118 parlamentares tinham endossado o texto que acusa Lula de crime de responsabilidade.

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